Catarina, a Pequena Bailarina
Catarina desde pequenina
Queria ser bailarina
Sonhava bailar no palco
Sob os aplausos da platéia
Catarina aos seis anos
Acalentava o projeto
O mágico desejo secreto
De concretizar os planos
Nos olhos cor de oceano
Nascia um brilho imenso
Quando a menina bailava
Nos tablados imaginários
A realidade, no entanto
Era dura como pedra
Descalça andava a menina
Que queria se bailarina
Pés frágeis e pequeninos
Macios como o algodão
Qua a mamãe protegia
Com pedaços de papelão
Pouco importava a menina
Se era triste a sua sina
Porque aprendera a sonhar
E na ponta dos pés a bailar
Quando nasceu janeiro
Catarina foi para a escola
Completara sete anos
Alimentando os planos
Um par de chinelos rotos
Era tudo o que possuía
O velho embornal de pano
Restos de toscos cadernos
Catarina Sonhadora
Se via linda e prosa
Calçada nas sapatilhas
Seda branca e cor de rosa
Ao cair o manto da noite
Nos buracos do telhado
Enxergava as estrelas
Rezando a Ave Maria
Ave Maria santa
Protetora da menina
Catarina sonhadora
A mais bela bailarina
No peito a dor rasgava
Diante de tanta agonia
Mais seu coração guardava
O sonho com alegria
- Catarina, como vai?
Ouviu uma voz suave
Que vinha lá da porteira
Bem do lado da roseira
Surpresa com o chamado
Encantada com a voz
Virou-se e viu a moça
Vestida de brilho e luz
Portava nas mãos a varinha
Com uma estrela na ponta
Era sua fada madrinha
Disse seu nome – Dindinha!
A menina radiante
Provou a felicidade
Igual a grande alegria
Que morava nos sonhos
A boa fada Dindinha
Vestiu-a de bailarina
As sapatilhas sonhadas
E a cabeça enfeitada
Ouviu-se o Quebra Nozes
Que como por encanto
Fez Catarina Bailar
Até a noite chegar
Ao findar a Melodia
Dindinha lhe deu um beijo
Uma estrela da bondade
E um abraço de amizade
Catarina radiante
Muito mais feliz que antes
Guardou os presentes raros
No grande baú de sonhos
Passaram-se algumas luas
Quando veio a primavera
Trouxe flores da esperança
Na vida daquela criança
A mãe terra generosa
Fez abundante a colheita
De modo que o pai da menina
Foi capaz de mudar a sina
Aos poucos o velho casebre
Deu lugar à casa nova
Um quarto só para a menina
E as roupas de bailarina!
Escreveu com linha branca
Na blusinha cor de carmim
Catarina, A bailarina
A flor do nosso jardim
As sonhadas sapatilhas
Rebordadas de vidrilho
Colocou-a sobre a cama
Para a menina encontrar!
Qual não foi a alegria
Da pequena Catarina
Ao vestir entusiasmada
A sia de brilho enfeitada!
O progresso da família
E a dedicação dos pais
Puderam dar a escola
Para a menina bailar
Passados uns poucos anos
O sonho se fez verdade
Catarina é uma estrela
Bailarina de verdade!
(Ana Stoppa)
( Inspirado no Poema A Bailarina dos Pés Descalços
do Poeta Jairo Valio)
Recadinho de Catarina para os leitores:
Jamais desistam dos sonhos!