As Flores de Clara Rosa
No coração do jardim
Nasceu uma linda flor
Nem se sabe quem plantou
A flor que desabrochou!
Suas pétalas aveludadas
Tingidas de doce carmim
Faziam a flor mais bela
Daquele imenso jardim
Não era rosa ou cravo
Margarida ou jasmim
Muito menos onze horas
A flor que era cor de amora
As folhas eram verdinhas
Macias de se tocar
O caule bem delicado
Fácil de se quebrar
A menina Clara Rosa
Cuidou da flor toda prosa
Na esperança de a colher
No orvalhar do amanhecer
Imaginou a alegria
Que daria para a mamãe
Ao entregar-lhe a flor
Perfumada de amor
Preparou um belo vaso
Pintado na cor do ocaso
Colocou água fresquinha
E todo o amor que tinha
Quando amanheceu o dia
Saiu cheia de alegria
Apanhou a flor com carinho
Colocando-a no vasinho
Percebeu que entre os caules
Dezenas delas brotaram
O coração do jardim
Ficou todo tom carmim
Assim todas as manhãs
Colhia as flores fresquinhas
Perfumadas de alegria
Que a mamãe presenteava
O afeto multiplicado
Carinho, paz e harmonia
Que o tempo carregava
Na pressa do amanhã
Marcara os sonhos a flor
Momentos de felicidade
Ternura, amor e amizade
Perfume da eternidade
Tornou-se moça a menina
Nas manhãs de claridade
Compreendeu que cultivara
A flor da eterna saudade.
(Ana Stoppa)