A FESTA DO LEÃO (cordel infantil)
Conta a história dos bichos
Que houve grande bochicho
Na festa do real casamento
Do rei de toda a floresta,
O leão de juba caída na testa.
Cada bicho trouxe presente,
De acordo com suas posses,
E iam depositando aos pés
Do noivo sentado num canapé
Que agradecia com reverência.
A festa, perfeita em harmonia,
Decorria em grande alegria.
O casal dançava alegremente
Ao receber o último presente
Das mãos de um assistente
Do general da tropa de elefantes.
Presente rico nunca vira assim,
Todo entalhado em marfim,
Uma estatueta do rei Leonino
Do tempo em que era menino.
Eis que surge serpenteando
A serpente convidada atrasada,
Ricamente vestida e penteada,
Na boca uma rosa prateada.
Parando diante do rei Leonino
Disse enfática: Esta rosa é o mimo
Para o rei de todos os leões, Leonino,
Em comemoração a real união.
Não tome isso como bajulação,
Mas poderia o meu amado rei,
Receber o presente de minha boca,
Esta linda e rica rosa barroca?
Entre os convidados correria louca,
Por que queria dona Serpentina,
Que veio lá dos confins da colina,
Que o nubente de sua boca recebesse
O presente que ela dizia ser de coração?
O tigre disse: há segundas intenções.
Cauteloso o rei Leonino respondeu:
Agradam-me todos os presentes,
Entregues de forma comovente,
Mas prefiro receber com os pés.
Da tua boca não quero ouro
Nem a linda rosa prateada.
Não fique aborrecida, chateada,
Saiba que não sou bobo nem nada,
Por que me arriscaria a uma dentada
De uma cobra que se julga esperta?
E lá se foi a serpente Serpentina
Envergonhada de volta a sua colina.
27/02/12