"Reino da fantasia"
Reino da fantasia
Reino encantado
Reino da fantasia
Fadas, madrastas, anjos
Duendes, anões, cogumelos, barões
Felizes, arteiros, sorrateiros, trapalhões...
Reino fantástico da fantasia
Uvas, maçãs, correntes, alegria
Cenário de lendas e tradições
Bruxas ávidas, malditos corações
Jardim de flores exóticas, ilusões...
Rei, rainha, súditos, cortesãos
Num emaranhado, descontrolado
Partícipes das lendas, estórias contadas
Cochichos, enredos de benditas fadas
Neste mundo irreal, serenas madrugadas...
O rei, um dia, chora sozinho em desatino
Rainha muito enfeitada, cores vibrantes
Era uma bruxa encomendada, saltitante
Na fragilidade do senhor daquela terra distante
Ela, traiçoeiramente, enganava, tinha um amante...
O rei mandou seus soldados guardiões
Descobrirem nas florestas com seus leões
Armadilhas pra caçar seu inimigo
Que punha o reino em perigo, de castigo
E eliminar as troças amargas das intrigas...
Num baile de máscaras, todos animais
Rastejantes, ferinos, perigosos, mas leais
Se espalharam a dançar pelo salão
Qual, de quem, era o intruso da caçada
Que sujava, desonrava o rei na solidão...
Um grito ecoa, ensurdecedor
A música para, os pares se acotovelam
E o Rei da Selva, urros ferozes bradavam
Conseguiu descobrir quem intimidava
Seu Rei querido, que se amargurava...
Erguendo o troféu, urros sorridentes
Mostrava um estranho errante, sedutor
Que se aproveitava da rainha, da sua solidão
Para gozar das delícias de uma vida em cor
Enfeitiçando-a com estórias de amor...
A bruxa má, com seu caldeirão
Fez uma poção em ebulição
Para tornar a vida que existia antes
Que era um trepidante estilo de desunião
Amargando todo reino numa cruel paixão..
Desfeito o mistério, a fada bendita
Atira na poção do caldeirão fervente
As maçãs malditas feitas cruelmente
Desfazendo num instante a tal paixão
Que engambelava a rainha na ilusão...
A bicharada era uma alegria infinda
Pulava, cantava em folguedos, e os macacos
Leões, tigres, cobras, sapos, lagartos
Alegremente, felizes se uniam
Numa emoção que sempre existira
Rei, rainha, sorrindo agradeciam...
Moral da estória
Nem no reino do faz de conta
Nunca deixem seus conceitos
Se sujarem atrás de novos leitos
Procurando sempre uma ilusão
Que estraçalha, destroi todo o coração...
Myriam Peres