O Sapo Motoqueiro
Jorge Linhaça
 
Pelas estadas eu vi
Pode parecer mentira
podem até rir de mim
mas foi mesminho assim
A razão ninguém me tira
 
Vinha belo e faceiro
sua moto a acelerar
um sapo-boi motoqueiro
pilotava tão ligeiro
que mal pude acreditar
 
Sua moto era possante
tinha torque e potência
e eu pasmo no volante
me achando delirante
quase chegando a demência
 
O sapo-boi lá se ia
com a tal motocicleta
e eu de longe o seguia
acelerando na via
parecendo um pateta
 
Logo perdi-o de vista
entre tantos outros carros
do sapo motociclista
perdi logo a pista
que episódio bizarro
 
Restou-me a fotografia
tirada com celular
que pra minha alegria
ilustra esta poesia
para a história provar
 
Portanto fiquem atentos
meus queridos amiguinhos
Pois que de tempos em tempos
pode esse sapo marrento
atravessar seus caminhos
 
A história está boa
disse o que tinha a dizer
sou da terra da garoa
e não falo nada a toa
quando quero escrever
 
Vou saindo de mansinho
pr'outra história encontrar
fiquem pois com meu carinho
pois eu volto rapidinho
pra de novo poetar
 
Seja noite ou seja dia
sou poeta contador
e nas asas da poesia
solto a minha fantasia
pra quem queira dar valor.