MARIAZINHA ZINHA ZINHA
Mariazinha, zinha zinha
É uma menina levada da breca.
Pula muro, joga gude, se enfeita com flor de maracujá.
Ela corre mais do que qualquer menino.
E tem uma coleção de papel de bala
De fazer inveja a qualquer guloso!
E quando Mariazinha fica livre no terreiro,
Ela espanta pato, galinha e marreco.
Mariazinha, zinha, zinha espanta até assombração!
Quando sua mãe grita bem alto:
Mariazinha! Mariazinha!
Ela corre pra ver o que é.
Será a hora do banho?
Ou será a hora da missa?
Mariazinha zinha zinha, gosta mesmo é de vento e de chuva.
E de cata-vento e de cata-chuva.
E de catar manga, catar goiaba, catar piolho,
catar estrela que fica brilhando lá no céu...
Mariazinha ás vezes chora.Tristeza de criança.
Coisa que ninguém sabe explicar.
Mas dali a pouco, esquece tudo.
E pula, e brinca, e se machuca, e se levanta,
E de novo, o sorriso tá lá na boca todo felizão.
Mariazinha gosta mesmo é do sonho que mora dentro dela.
Um sonho que não acaba nunca de tão grande.
Mariazinha, zinha, zinha sonha que sua meninice não tem fim.
O texto Maiazinha zinha zinha foi publicado na Antologia "Grandes Escritores do Rio de Janeiro" pela Litteris Ed. 2000