Dalila, a Borboleta Solidária
No pé de dálias rosadas
Rodeado de graminhas
Chegaram as borboletas
Para fazer suas casinhas
Passada a metamorfose
Abriram-se os casulos
Surgiram as borboletas
Prateadas, verde escuro
Ao todo nasceram três
Dalila, Sibila e Inês
Que voaram apressadas
Para a roseira encarnada
Sibila a mais vaidosa
Quis construir um castelo
Procurou então um canto
No belo ipê amarelo
Inês voou quietinha
Apreciando as joaninhas
Deu bom dia para o esquilo
Foi morar perto do grilo
Dalila sem pressa voou
Para os fundos do jardim
Viu chorando o jasmim
E amarelado o alecrim
Não podia acreditar
Que num jardim tão florido
Na parte dos fundos havia
O verde que se perdia
Procurou então ajuda
Chamou a Dona Coruja
Que veio toda contente
Espalhar muitas sementes
A minhoca Margarida
Fez operação de guerra
Chamou todas as amigas
Para revolver a terra
Totonho, um tatu moço
Perfurou um grande poço
Até que encontrou a mina
De água pura, cristalina
Uma fila de joaninhas
Outra de tatuzinhos
Correrem a terra cavar
Para as plantas semear
Eram tantas as sementes
Que não se podia contar
Dalila feliz coordenava
A importante empreitada
Passaram apenas três luas
Era o mês de fevereiro
O milagre da sementes
Floriu o jardim por inteiro
Com tanto verde morrendo
Dalila fez uma assembléia
Chamou até a abelha Rainha
Da mais importante colméia
Decidiram então cuidar
Do pulmão deste planeta
Fazendo muitos jardins
Neste mundão sem fim
Quanto ao verde que morria
Nos fundos daquele jardim
Hoje moram rosas, dálias,
Camélias, cravos e jasmins
Outros jardins tristonhos
Esperam pela doce Dalila
A Solidária borboleta
Grande amiga do Planeta!
(Ana Stoppa)