CARAMELO E O FEITIÇO DA LUA – parte 4
Quando estavam descendo no elevador Maria ia conversando, mas ele começou a ficar agitado de repente. Latia sem parar e uivava. Algo estava acontecendo. Se tinha uma coisa que Maria sabia era que caramelo não latia em vão. Quando estavam já na rua caramelo deu um grande uivo e olhou pra cima. Maria então percebeu que havia fogo no prédio. Começou a gritar:
- Fogo, fogo, acudam, chamem os bombeiros. Tem fogo no prédio.
Em baixo havia um bar, o dono saiu a rua e imediatamente foi telefonar aos bombeiros.
- Vamos pra casa meu velho, os bombeiros já vem aí e não deve ser nada.
Mas caramelo nem saia do lugar, sua dona o puxava, e nada. Ela então retirou-lhe a guia e ele finalmente pode se soltar. Estava alerta com o que estava acontecendo. Maria olhou pra cima e percebeu que o fogo era dois andares acima do de Clotilde. Ficou nervosa, pois a ultima a usar o elevador tinha sido Maria.
Clotilde apareceu na janela, assim como muitos moradores que estavam no prédio, gritavam apavorados com o fogo que cada vez mais aumentava. Muitos haviam saído para trabalhar, e outros ainda nem haviam acordado. As labaredas cresciam assustadoramente, parecia o verdadeiro inferno. As pessoas na rua se aglomerando debaixo do prédio, o que era um perigo.
Finalmente os bombeiros chegaram, parecia que havia se passado uma eternidade, mas foi somente alguns minutos. O fogo se alastrava rapidamente e foi preciso chamar outro caminhão para ajudar no incêndio. Muitas pessoas apavoradas tentavam chegar ao topo do prédio. Um gato pulou do terceiro andar, uma criança chorava na janela. Caramelo então foi correndo entrar no prédio deixando Maria gritando na rua.
- Volta aqui caramelo, você vai se queimar. Mas que nada ele correu escada acima e foi diretamente onde estava a criança. A porta do apartamento ardia em chamas, caramelo pulou e derrubou o que restava dela. Entrou e foi olhando a ver se via a criança. Caminhou rapidamente até o quarto, viu bem no canto uma criança de uns três anos.
Abocanhou nas suas calças e foi puxando longe do fogo, quando finalmente chegou a janela do quarto entrou um bombeiro que os agarrou. Bem na hora em que tudo ardia.
Em baixo do prédio todos aplaudiam caramelo, gritavam seu nome.
- Caramelo, caramelo, viva caramelo. É um herói.
Continua…