CARAMELO E O FEITIÇO DA LUA – parte2

- Dona Maria, a dona Maria, por favor dá pra senhora descer na portaria do prédio. Tem alguns vizinhos aqui querendo falar com a senhora. Com certeza é sobre seu cachorro.

- Está bem Alcides, já desço. Maria foi ter com caramelo na varanda, percebeu que algo se passava, nunca tinha visto caramelo com ar tão triste. Chamou por ele.

- Venha cá meu menino, o que é que há? O que aprontou dessa vez? Não para de uivar, todas as noites. Nem sei o que fazer com você, pois os vizinhos estão lá em baixo, certamente vão querer que eu o leve pra um canil. Bem seja lá o que for melhor ir ver o que essa gente toda quer. Caramelo vem comigo, não vou ouvir sozinha. Você tem culpa nisso tudo, portanto tem que ouvir também.

Havia na portaria umas dez pessoas, algumas muito bravas com caramelo que se escondia no meio das pernas de sua dona Maria. Todos querendo falar ao mesmo tempo. O porteiro do prédio deu um grande grito:

- Silencio gente, por favor, um de cada vez, ou então ninguém entende ninguém.

- Bem agora sim. Então vamos começar. Primeiro o senhor Carlos:

- Dona Maria, gosto muito da senhora, mas tem que dar um jeito no caramelo, nós ajudamos quando ele foi abandonado, demos a maior força pra senhora quando ele veio pra sua casa. Até ajudamos a comprar comida a ele. Fizemos uma vaquinha pró veterinária e as vacinas que nunca havia tomado. Mas agora não dá mais. Toda a noite de lua cheia esse inferno. Ele fica lá em cima uivando sem parar. O que há com ele? Está doente? Então levamos a veterinária de novo. Todos concordavam com o que Carlos dizia.

- Não Carlos, ele não tem nada. Anda numa tristeza danada. Eu não sei o que se passa.

- Mas prometo que vou dar um jeito nos seus uivos. Vou colocar ele pra dentro de casa nas noites de lua cheia.

- Olha, quem sabe ele está precisando de uma namorada! Outro dia estava olhando muito tempo pra cacau, aquela cadelinha que se mudou recentemente ali no prédio da esquina. Vai ver está apaixonado. Todos riram. Maria então percebeu na hora o que se passava com seu caramelo. Iria falar com a dona de cacau, afinal caramelo é um bom cachorro, bonito, elegante, nada que um bom banho não desse jeito, e uma linda gravata.

Caramelo detestava banhos, mas tinha que aceitar. Afinal iria até a casa onde cacau vivia com sua dona. Quem sabe sairia dali com ela pra um passeio. Ou então poderiam até ficar juntos ali mesmo em sua casa.

Continua…

LuxSolar
Enviado por LuxSolar em 24/10/2011
Código do texto: T3295542
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