CARAMELO E O FEITIÇO DA LUA – parte 1
Auuuuuu…auuuuuuuuu….aaaauuuuuuuu….
- Minha nossa mulher, esse uivo novamente, desse jeito ninguém dorme nesse bairro.
- Tem razão meu querido, mas o que quer que eu faça? É caramelo uivando pra lua de novo. Não sei o que há com esse cachorro, mas isso tem que acabar, ou então vai deixar todo mundo louco. Tem mais, já estão pensando em fazer um abaixo-assinado pra mandar ele pra um canil, pois ninguém é obrigado a ficar ouvindo esse uivo toda noite de lua cheia. Parece feitiço da lua.
Essa história começou desde que caramelo viu uma linda cadela chegando ao bairro com sua dona. Seu nome?! Cacau, ela era exatamente aquilo de que ele precisava. Toda charmosa e com um andar muito elegante, daria uma ótima mãe para seus filhotes.
Mas nem tudo correu como ele imaginava. No mesmo dia em que cacau chegou apareceu um enorme cão na rua chamado orfeu, esse era outro muito mais fino, certamente ia ser difícil conquistar aquela cachorrinha tão linda. Mas como tudo tem seu lado oposto, quem sabe a história se inverteria dessa vez. Afinal caramelo podia até não ser fino, mas tinha muita coragem e ousadia. Coisa que orfeu certamente não possuía.
Passaram algumas semanas, e nada de caramelo conseguir conquistar cacau. Aquilo estava deixando todos no bairro muito nervosos. Nas noites de lua cheia caramelo ficava uivando pra lua com uma enorme tristeza, as pessoas nem davam conta do que se passava com ele. As peripécias que andava fazendo pra chamar a atenção da cadela havia sido em vão. Ele até salvou o gato Ramsés de cair da janela, mas ninguém percebeu. Pensaram que ele tinha atacado o pequeno gato.
Pobre caramelo, dessa vez parecia que tudo que ele fazia ninguém via, e ainda diziam que estava ficando doido. A vizinha do andar de baixo foi até salva por ele ao tentar atravessar a rua. Ela é meio surda e não ouviu um carro vindo em direção a ela em grande velocidade, estava já quase a meio fio quando caramelo puxou sua saia fortemente, a mulher virando pra trás deu com caramelo, e sem perceber nada até gritou com o coitado. Assim seria difícil, pois ninguém via, nem mesmo cacau da sua pequena janela. Ela estava entretida em ver orfeu fazendo algumas graças com sua bola de ténis.
Continua…