A CAIXA MÁGICA (cordel infantil)

Depois de muita patifaria

E de truques que fazia

Para pegar o rato Edevar

Pensou o gato Beraldo,

De porte avantajado,

 

Que só por meio de magia

De fato conseguiria

Abocanhar o pobre Edevar,

Que também vivia cansado

De fugir do terrível Beraldo.

 

Em busca de solução

Para resolver a situação,

Lá se foi o gato Beraldo,

Levando um pequeno fardo,

A procura de um mágico.

 

Depois de longa caminhada

Chegou Beraldo em Miau City,

Cansado e empoeirado,

E foi logo perguntando:

- Por acaso aqui existe

 

Um mágico sério e honesto

Que possa me ajudar

A dar um bom corretivo

Num rato sujo e funesto

De nome Edevar?

 

Então lhe foi indicado

Um mágico muito afamado,

O senhor gato Bertoldo

Que fazia qualquer acordo

Desde que lhe pagassem bem.

 

Chegando a casa do gato mágico

Beraldo contou o caso trágico

De como por várias vezes

Foi por Edevar humilhado.

- Só com a caixa mágica

 

Seu problema será resolvido.

Foi o que disse Bertoldo

Depois de receber o soldo.

Beraldo então recebeu

A tal caixa que lhe valeu

 

Trinta moedas de ouro.

Enquanto isso entre os ratos

Corria o que seria boato

Da tal de caixa mágica

Que traçaria a sorte trágica

 

Do pobre ratinho Edevar.

Dos ratos de Miau City

Ele recebeu mensagem secreta:

- Edevar fique alerta:

Segue o segredo da caixa do pateta.

 

E chegou Beraldo com sua caixa.

Silenciosamente, na parte baixa

Do lugar onde vivia Edevar

Ajudado pelo gato Elival

Pôs a caixa e retirou o manual

 

Que ensinava como fazer

A engenhoca funcionar

E dentro dela prender

Aquele que era sua dor de cabeça:

O rato Edevar.

 

Lendo o esquisito manual

Dizia em forma de ritual:

- Cheiro de queijo parmesão,

Traga para dentro da caixa

Edevar, o rato bobão.

 

O rato, fazendo teatro,

Andando em câmera lenta

Entrou na caixa mágica

Fechando a abertura da frente.

Pronto. Estava feito.

 

Beraldo miou de felicidade.

Era só abrir e tirar de dentro

Aquele que era o centro

Do desgosto de um gato:

O ratinho que vivia no mato.

 

E lá foi bem de mansinho

O gato para tirar o rato

Da caixa mágica que lhe custara

A poupança que acumulara

Para a sua aposentadoria.

 

Ao abrir a caixa com afoiteza

E para sua grande surpresa

Dentro estava a Marquesa

Uma linda gambazinha

Que presenteou o gato Beraldo

 

Com seu asqueroso perfume.

Onde estava o rato Edevar?

Ele saiu pela abertura dos fundos

E ligeiro ganhou o mundo

Rindo do gato que além de tudo

 

Foi enganado por Bertoldo,

Mágico de meia tigela,

Que usava bota com fivela,

Casaco e chapéu de feltro.

De magia nada entendia

 

Fazia tipo só para surrupiar

De tipos como Beraldo

Tudo que tinham economizado

E aumentar seu patrimônio

Sem precisar trabalhar.

 

10/10/11

 

(histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)