"MUNDO ENCANTADO - SÍTIO DO PICA PAU AMARELO": A BONECA DE PANO.
III. A BONECA DE PANO
( Emília )
A boneca feita de pano ‘ordinário’, uma bruxinha,
Evoluiu e passou a ser de Narizinho sua amiguinha
Criada por Tia Nastácia, a velha negra de bom coração,
Tornou-se adorada de todos após sua grande transformação.
Seus olhos eram de retrós preto, e sobrancelhas sem simetria.
Não fora feita de seda, pois não se imaginara que um dia falaria
Ao engolir a pílula da fala, pelo doutor Caramujo inventada,
Passando a falar como matraca as bobagens e asneiras impensadas.
Para ela a aranha trazia na barriga um carretel bem guardado.
Os nomes de todos ela falava com ouvia, sempre de modo errado.
Era tão independente que de ‘independência ou morte”, se autodefinia.
‘A verdade é uma espécie de mentira’ – Emília sempre dizia –
De forma tão bem empregada que ninguém desconfiava.
Assim era a boneca falante que Monteiro Lobato apresentava.