A LAGARTA SONHADORA

Maria de Fatima Delfina de Moraes

O sol nem estava acordado,

e a lagarta repetia

novamente seu traçado.

Despertava bem cedinho

e em seus passos mansinhos,

seguia para o trabalho.

Folhas frescas, suculentas

que com grande maestria

ela ceifa e se alimenta.

E com os passos mansinhos,

sobe devagarinho

nas altas copas das árvores.

E era por lá, bem quietinha,

cortando cada folhinha

que a lagartinha sonhava.

Via pardais e rolinhas

partirem em revoada

e a si mesmo dizia:

- um dia, tenho certeza,

também terei a alegria

de estar perto do céu.

Vou dormitar num casulo

e acordar com asinhas,

voar como as rolinhas.

Com minhas asas coloridas

vou a lugares distantes,

neste arco iris de cores

beijar todas as flores.

Rio de Janeiro, Brasil - 11/08/2011

Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 11/08/2011
Reeditado em 12/10/2015
Código do texto: T3154318
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