Historinha do vovô
- Vovô, conta uma estória para eu dormir?
- Qual você quer hoje?
- Aquela do menino que sabia ler.
- Ah! Sim. Houve um tempo, há muitos anos atrás, em que os meninos iam à escola e aprendiam a ler, escrever, fazer contas, e muitas outras coisas.
- O que é escola?
- Era um lugar onde se reuniam os professores para ensinar o que sabiam às crianças.
- E o que é ler, escrever e as outras muitas coisas?
- Bem, vamos por partes, você quer saber tudo de uma vez....
- É que adoro essas essas estórias de ficção!
- Então vamos lá. A leitura era considerada uma coisa muito importante para as pessoas aprenderem as coisas. Ler era poder decifrar e entender o que estava escrito, e assim elas podiam conhecer o pensamento dos filósofos, cientistas e pensadores, ler romances, poesias, tudo o que tinham deixado para ser ensinado às futuras gerações.
- E por que não aprendiam nos CDs e DVDs?
- Contam que àquela época não havia esses aparelhos.
- Sério? E como eles aprendiam as coisas?
- Então, é aí que entram os livros e a necessidade de saber ler.
- Livros?
- Eram objetos onde as pessoas deixavam escritos os conhecimentos. Eram muito valorizados, alguns tinham verdadeira paixão por eles, liam o dia inteiro.
- E tinha tantos livros assim, que dava para alguém ficar lendo o dia inteiro?
- Havia milhares, milhões deles, sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis. Dizem que havia imensos lugares só com livros, que eles chamavam de bibliotecas.
- Bíblia não é a palavra de Deus?
- Sim, mas essa palavra também significava livro, numa língua muito, muito antiga que se chamava latim.
- Nossa, que pessoal complicado!
- E põe complicado nisso! As pessoas tinham que aprender muitas coisas sobre essa língua antiga, para depois compreender e escrever melhor a sua própria.
- Isso só pode ser ficção mesmo. E das brabas.
- É, mas há quem acredite que esse tempo existiu mesmo.
- Tem gente que ainda acredita em Papai Noel. Mas, vovô, como você aprendeu tudo isso?
- Essas estórias foram passando, de geração a geração; os pais contavam para os filhos, que contavam para os filhos, e assim durante muito tempo. Chamam-se lendas, e falam de tempos já perdidos na memória dos homens, ou que nunca existiram. Depois foram gravadas em CDs e eu os ouvi. Bem, mas agora chega. É hora de dormir.
- Mas você não falou sobre contas e todas aquelas outras coisas.
- Outro dia eu conto mais. Boa noite.
- Boa noite, vovô.