“Xooooooodóóóóóóóó……….Xoooooooodóóóóóóó………Xoooooodóóóó………..” Fazia muito tempo que Julinho procurava seu cachorrinho pelas ruas do bairro .
Mais uma vez Xodó tinha dado uma das suas passeadelas pela cidade, escondido – aliás era isso que mais gostava de fazer, porque achava que viver com gente, não era nada fácil. - “
Xooodóóóóó, não vá ali …… Xodóóóó não entra aqui……Xodó vai dormir….- não era mesmo fácil.
Julio ficava muito preocupado quando Xodó conseguia fugir.
-“ Será que ele vai conseguir atravessar a rua?” E a carrocinha? Tomara que ele não encontre nenhuma carrocinha.
Não. Dessa vez, Xodó ia andando pelas ruas do bairro, feliz e contente da vida. Cheirava uma árvore aqui……cheirava uma outra ali…. agora este poste, aquele outro depois…..viu um novo amigo cachorro, abanou o rabo para ele; passou pela casa da namorada, umas outras abanadas de rabo, algumas cheiradinhas e prosseguiu seu caminho. -“ Ahhhh…..como é bom passear….” pensava Xodó.
E lá ia ele pelo mundo afora. Julinho preocupado, continuava procurando Xodó.
Entrava nos matagais, terrenos abandonados e nas vilas, gritava pelos quintais.
Lembrava-se agora do dia em que seu pai e sua mãe foram buscar Xodó na casa de uma amiga.
Sua mãe queria um cachorrinho branco de manchas pretas e pelo curto.
-“ Mas esse tipo de cachorro é da raça Fox! “ avisou Sr. João., pai de Julinho.
-“ Pois é, papai – falou Julio. A Dona Nair tem uma cachorrinha, branca de pintas pretas, que vai ter nenê logo, e ela é Fox, !” Vamos pedir pra D.Nair um filhote para nós?!!”
Depois de 3 meses, quando o filhote já estava grandinho e desmamado, para lá foi toda a família de Kombi, buscar o Xodó, e como prometido, um cachorrinho branco de pintas pretas.
Só que o Xodó não tinha manchas pretas!
Ele era inteirinho branco.
Todos falavam: -“ Porque ainda é pequenininho, quando ele crescer, as manchas aparecerão…..” -“ Tá bom” - respondeu sua mãe, já apaixonada pelo lindo cachorrinho branco, que já se escondeu por entre seus braços.
E assim, Xodó foi crescendo, crescendo e nada de manchas pretas.
Ele cresceu um cachorrinho, inteirinho branco. Mas mesmo assim, sem manchas, ele era muito querido, por todos da família.
E como era moleque……
Naquele dia o menino andou, andou, andou tanto, até que encontrou Xodó. No meio de muitos outros, lá estava ele, passeando com seus novos amigos, feliz, muito feliz da vida.
Julinho ficou então, olhando todos dentro de uma enorme poça d`agua fedida como não sei quê. -“Xodó, seu moleque sem vergonha! Volta já pra casa! Isso é coisa que se faça!? Justo hoje dia de tomar vacina, encontro você, sujo e fedido, dentro dessa água imunda! – gritava muito bravo Julinho. –
“ Já pra caaaaaaaaaaaaaasa, moleque sem vergonha! Sujo assim, não dá pra sair de casa com ele – pensou o garoto. Xodó não tinha rabo, porque se tivesse, deveria estar bem baixo, no meio das pernas, mas saiu correndo em direção da casa, já pensando, no que iria acontecer. ……………….sempre que fugia, tinha que tomar……… UM BANHO DAQUELES.!!!!!!!!!………..
E como não gostava de tomar banho… era um suplício!!!
E desta vez, como das outras, levou Xodó para o tanque,com todos da casa avisados, com as portas fechadas, porque conheciam a “arte “ do cachorrinho depois.
Mas não deu para vigiar o tempo todo. E qual não foi a surpresa então ? Julio entrou no seu quarto e sobre sua cama, bem entre o travesseiro e o lençol, uma grande mancha amarela e úmida, suja, e fedida…..
Marcelo já sabia…. “ - ele se vingou!!!!!”
Xodó entrou lá , se esfregou e fez xixi na sua cama. -“ Ah….. esse Xodó moleque…..” disse desanimado e vencido Julinho.