AS PERÍPECIAS DE PAULINE - CAPÍTULO I - CONTINUAÇÃO

Pauline e seu avô Horácio eram muito amigos. Ela adorava quando a sua mãe resolvia levá-la a casa dos avós Horácio e Justiniana. Com a avó as coisas não eram tão legais, porque ela sempre tinha muitas regras. Não se podia mexer em nada, não podia fazer nada, a casa dela era um saco, sempre muito arrumada e organizada, sem espaço para as brincadeiras de Pauline.

Então, nada melhor do que as saídas com o avô para passear na praça, e conhecer os lugares próximos. Os dois saiam alegres, cantando e conversando.

O avô costumava chamá-la de índia. Horácio que já era brincalhão ficava ainda mais piadista, e se derretia todo, diante dos encantos da pequena Pauline.

Um dia os dois foram até uma fábrica de brinquedos de plástico, e a garota ficou fascinada, pois nunca tinha visto nada igual. O material derretido entrava nas máquinas, era colocado numa forma, e logo depois saía em formato de boneco, e passava para outra máquina para ser pintado.

A cada passo da fabricação ela acompanhava com um interesse fora de série, e ficava logo se imaginando no controle daquelas máquinas, e montando o seu próprio império do plástico.

A manufatura era um processo por demais interessante, e no final, saiu àquela linda boneca, ainda quente da máquina, com a qual o avô lhe presenteou.

Pauline ficou por demais, radiante, e colocou logo um nome na boneca, e já foi criando uma história para ela. Ela pensava ligeiro, e mais depressa ainda criava histórias e contava como se já existissem há muito tempo.

No entanto, apesar de amar brinquedos, a garota nunca gostou muito de brincar com eles, pois ficava impaciente, já que era muito agitada para se concentrar em algo tão lento.

Algumas vezes, a mãe levava alguma garota para brincar com Pauline, e elas iam arrumar as coisas para brincar, mas, quando acabavam de arrumar, ela já estava cheia de tudo aquilo, e não brincava mais.

Pauline gostava mesmo era de correr, subir em árvores e muros e contar loucas histórias.

Ela e o seu avô passeavam bastante numa praça que tinha próximo a casa dele, e lá, eles sentavam nos bancos, e ela lhe contava histórias de amores impossíveis, de animais que falavam e tantas outras coisas. O avô ficava fascinado com tanta criatividade.

Ela também era teimosa e insistente quando colocava algo na cabeça, e um dia cismou que queria uma casinha de tecido que dava para montar e ficar dentro. A avó Justiniana foi completamente contra a compra do brinquedo,o quer já era de se imaginar, porque ela só falava em se comportar com educação, e todas aquelas normas de comportamento feminino tão sem graça. Sem falar que Pauline odiava vestidos e só andava de short e geralmente descalça, pois nunca gostou de sentir nada lhe prendendo, lhe segurando.

Apesar da não concordância da avó, Horácio levou Pauline até uma loja e comprou a tão desejada casinha da Mônica.

A menina ficou tão feliz que logo montou a casa, mas, como sempre tinha muitas idéias, ela não queria a casa para brincar de casinha, e sim, para fazer uma lojinha. Então, ela montou o brinquedo na porta de sua casa, e colocou as coisas que ela fazia para vender.

Como sempre, Pauline nunca parava com suas idéias, e tudo o que não servia mais para nada, ela montava outras coisas, enfeites para decorar casa, e colocava para vender.

Uma das coisas que mais fazia para vender eram panelinhas de barro que a avó Gertrudes comprava para ela, e a menina pintava com as suas tintas do colégio, e depois perturbava os vizinhos e os parentes para comprarem.

Tudo que não servia para alguém, provavelmente serviria para Pauline montar alguma de suas coisas, como ela mesma dizia.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 11/07/2011
Reeditado em 01/02/2018
Código do texto: T3087870
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