AS PERÍPECIAS DE PAULINE - CAPÍTULO I – QUEM É PAULINE?

Quem é Pauline? Ela era uma garotinha sem igual, com 07 anos já era cheia de artimanhas. Calada, tímida, aprontava de montão, a sua imaginação não tinha limites, tudo ela criava, transformava para ela, nada era igual.

Vivia em um mundo de imaginação, adorava ler livros principalmente de histórias, porque podia modificar na sua mente como ela queria. Mas, Pauline tinha um carinho especial em saber da vida de mulheres heroínas, porque como ela dizia ao tio Homero, com quem passava horas discutindo sobre os seus planos e sonhos, ela queria ser como elas.

E a tarde, quando o seu tio estava pesquisando para os livros dele, pois era um historiador, ela pulava para o quintal da casa dele, subia o muro, o telhado, e de repente lá estava a danadinha, sentada no parapeito da janela do escritório do tio.

E lá, Pauline ficava contando para Homero, as histórias mais loucas do mundo. Coisas que só passavam por aquela mente tão cheia de imaginação.

Na biblioteca do tio, ela conheceu: Joana D’Arc, a heroína francesa que ouvia vozes e que lutou pelo seu país junto com os homens, uma de suas preferidas; Anne Bonny, a pirata, que também tanto lhe inspirava; Anita Garibaldi, a revolucionária; Cleópatra, a poderosa e dominadora rainha do Egito; Eleanor Rosevelt, a primeira dama americana; Marie Curie, a cientista; Ana Néri, a enfermeira; Agatha Christie, a famosa escritora; Janete Clair, a novelista e tantas outras. Porém, existia uma que ela admirava mais do que todas, “Maria”, mãe de Jesus, porque ela tinha sido uma mulher sem igual, forte, corajosa e lutadora, sem nunca esquecer o amor maternal.

E assim, Pauline sonhava em ser uma dessas tantas mulheres, e marcar a vida como elas, porque entendia que não tinha vindo ao mundo para ser menos do que ninguém, ela queria deixar a sua grande contribuição para a humanidade.

Pauline, nunca foi muito de receber ordens, achava que sabia de tudo, porque lia tudo que tinha nos livros. Amava ler enciclopédias, romances, mistérios, tudo o que chegasse às suas mãos, por isso era fascinada pela biblioteca do tio, e por ler.

A leitura era tão importante em sua vida, que no colégio aproveitava o recreio para ir à biblioteca, e por diversas vezes, esquecia da aula, e permanecia em suas infinitas leituras.

No entanto, a pequena era muito tímida. No colégio, dificilmente fazia amizade, pois limitava seu mundo ao da imaginação. Mas, como lia muito, parecia bastante madura, e só gostava de conversar com os mais velhos, com quem conseguia manter horas de assunto. Ela achava que papo de criança não era para ela.

O fato era que tinha dificuldade de se aproximar das outras crianças, principalmente das meninas, que não compreendia bem. Pois, ela não gostava de jogar conversa fora, não gostava de brincar de casinha, de cuidar de boneca, arrumar e fazer coisas do tipo. Ela gostava de aventuras, de mostrar que era corajosa como os meninos. Ela não queria ficar em um canto rindo e falando de garotos, na verdade, queria ser como eles. E assim, vivia com os seus loucos desafios.

Como era muito teimosa, no colégio não obedecia à professora, que a trancava na sala na hora do recreio. O que não adiantava muito, porque ela pulava pela janela, e para o telhado vizinho e acabava descendo até o pátio. Era sempre a mesma coisa, um tormento para a professora do colégio.

Na sala de aula, não tinha igual. Se alguém se levantava, ela puxava a cadeira e a pessoa caia no chão. Dever de casa, nem pensar, não cumpria ordens, se achava muito senhora de si.

Ela era brincalhona com as pessoas de quem gostava, e sempre estava aprontando alguma novidade.

Como vivia de criar histórias, ela costumava dizer que no alto de uma torre que havia dentro do colégio, morava uma bruxa que se alimentava de criancinhas, por isso, nunca ninguém deveria ir até lá.

Também tinha uma sala no último andar do prédio da escola que vivia trancada, e Pauline dizia que lá era mal assombrado, cheio de fantasmas.

Um dia fez uma aposta com os meninos que subiria até o alto da igreja, para mostrar como era corajosa. E ela subiu, mas, o padre viu e lhe deu uma carreira e ela pulou do alto e se misturou com as crianças do colégio novamente. Logo soube que o diretor estava procurando o menino que teria subido no alto da igreja para suspendê-lo. O fato é que Pauline estava com os cabelos curtos, e o padre a confundira com um menino, ainda mais pelo fato da danação, que não parecia com coisa de garota.

Após todo o incidente, ela se juntou aos meninos e eles riram sem parar, da loucura de Pauline.

Outra vez, ela fez uma aposta que conseguiria entrar na sala trancada e ver as assombrações. E assim, ela fez. Conseguiu entrar e se esconder na referida sala por alguns minutos, mas, não foi descoberta.

E assim, ela prosseguia sua vida, subindo em muros, em árvores, brincando em lugares altos e sem proteção. Ela nunca parava. Era a energia em pessoa, sempre correndo sem parar.

Vizinho a sua casa, moravam uma senhora bastante idosa com as suas três filhas também já de idade. E lá era um dos lugares preferidos de Pauline. Ela pulava o muro de sua casa e ia bater na vizinha pelo quintal. A dona da casa sempre brigava, mas, como gostava muito de Pauline, acabava por esquecer o assunto.

E lá estava a pequena Pauline, sentada na área do quintal da vizinha, se balançando numa rede e contando mil e uma peripécias para as vizinhas. Dona Carlota, e suas filhas Gertrudes, Maria e Heloísa adoravam a pequena garota, que vivia se gabando. Dizia que não tinha medo de nada. E Gertrudes perguntava: E de leão? E ela respondia: também não tenho medo. E de Tubarão? E novamente ela falava: Também, não.

Naquele momento, apareceu uma lagartixa, e Pauline tomou um susto e deu um grande grito. E Gertrudes perguntou: E de lagartixa, você tem medo?

E Pauline, enchendo o peito de ar, explicou: Tenho! É o único bicho que tenho medo. O único.

Maria, a mais velha das três irmãs, tinha pavor de baratas, e um dia, Pauline chegou com um presente para ela. Era uma pequena caixinha enrolada com papel e fita, e deu para Maria. Que pegou o pacote feliz e disse: Você me trouxe um presente? Que bom!

E quando ela abriu o pacote tinha uma barata dentro, e Maria gritou, jogou tudo para cima e saiu correndo feito louca, completamente desesperada. Enquanto isso Pauline as gargalhadas ficava dizendo repetidamente: Primeiro de abril! Primeiro de abril!

E apesar das travessuras da garota, ninguém conseguia ter raiva dela.

(logo continuo a primeira parte do primeiro capítulo. Espero que Pauline tem agradado).

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 09/07/2011
Reeditado em 01/02/2018
Código do texto: T3085365
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.