Chapeuzinho Verde
(Esse conto faz parte do livro: Coleção Graziela. Confira em: http://www.clubedeautores.com.br/book/139796--Colecao_Graziela).
Chapeuzinho Verde era uma menina muito preocupada com a natureza, ela cuidava dos animais e das árvores, que eram todas suas amigas.
Ela se chamava Chapeuzinho Verde, porque usava um mimoso chapeuzinho dessa cor, o que ela mais gostava de fazer era conversar com as árvores:
- Olá dona árvore! Como vai? Belo dia, não?
- É um belo dia chapeuzinho e eu estou muito bem, estou carregadinha de frutos doces e saborosos, você quer um?
- Quero sim dona árvore; e se não for incomodar, também quero descansar aqui embaixo da sua sombra, respirando esse ar puro da floresta, sem nenhuma poluição.
- Você nunca incomoda minha amiguinha, fique a vontade.
Nesse instante a conversa foi interrompida pelos gritos do coelho que corria esbaforido, como quem foge de uma assombração:
- Socorro! Socorro! Se escondam todos!!!
- Calma amigo coelho, o que aconteceu? - perguntou chapeuzinho.
- O homem! Lá vem o homem para destruir a floresta!
Um silêncio de medo fez calar a floresta, quando lenhadores com seus machados e serras surgiram assustando a todos e sujando tudo por onde passavam; era lata, saco plástico, cigarro, tudo o que é tipo de poluição.
Uma árvore apavorada gritou: - Meu Deus que horror!
Chapeuzinho se abraçou a amiga quando um lavrador lhe disse de forma grosseira:
- Saia daí menina; vamos derrubar essa árvore!
- Nada disso! Ela é minha amiga; me dá sombra, frutos saborosos e muito ar puro. - respondeu Chapeuzinho.
- Deixe de bobagem menina! Onde já se viu, árvore amiga? E uma árvore a mais ou a menos não faz a menor diferença; elas foram feitas para isso mesmo: virar papel, móveis, lenha para fogueira ou casa para se morar, a natureza foi feita para ser usada.
Mas a menina não desiste, sobe na árvore e começa a gritar por socorro, até que os lenhadores resolveram desistir.
- Vamos embora antes que o mundo inteiro venha pra cá com esse escândalo, depois nós voltamos e pomos essas árvores abaixo.
Foi uma total euforia na floresta, bichos e árvores começaram a comemorar a vitória daquela pequenina heroína.
Nesse instante, uma voz ecoou na floresta: - Chapeuzinho! Chapeuzinho!.. - era a mãe da menina que a chamava.
- Já vou mamãe!
Chapeuzinho se despediu dos seus amigos e foi para sua casa que ficava ali perto, foi quando, vindo de terras distantes chegou à floresta o lobo mau.
- Eu quero comida! Venho de longe e tenho muita fome!
Quer um fruto seu lobo? - perguntou uma árvore.
Mas:
- Que fruto nada! Eu quero é um coelhinho, um porquinho, uma galinhazinha...
- Mas aqui é proibido um devorar o outro, aqui todos são amigos, aqui um ajuda o outro seu lobo. - disse outra árvore.
- Xi!.. Me dei mal. E agora? Uma floresta de amigos, e amigo não almoça amigo.
Nesse exato instante, Chapeuzinho vinha cantarolando, carregando uma cestinha de doces para sua vovó que morava do outro lado da floresta.
Quando o lobo viu a menina se aproximar, gritou eufórico:
- Oba! lá vem o meu almoço!
- Nada disso! - gritou uma árvore.
- Pode ir esquecendo! Em chapeuzinho ninguém mexe! - Urrou o leão.
- Por que não? - perguntou o lobo.
- Ela é nossa amiga. - Relinchou o cavalo.
- Ela é humana, e humanos não são amigos; eles derrubam as árvores e matam os animais.
- Ela é diferente! - defendeu o coelho.
-Ela é boazinha, não deixou me transformarem em feijoada! - arrotou o porco.
- E eu?! Se não fosse ela, tinha virado espanador.
- É. Parece que essa menina é gente boa mesmo, eu desisto. Me dá um fruto dona árvore. - se rendeu o lobo.
Toda a floresta começou a cantar de alegria pela mudança do lobo:
- O lobo é um bom companheiro, o lobo é um bom companheiro, o lobo é um bom companheiro; ninguém pode negar.
Curiosa sobre toda aquela alegria, Chapeuzinho fica conhecendo o lobo e sua história. Feliz por seu novo amigo a menina chama todos para visitarem a vovó.
- Vovó! Vovó! - gritou Chapeuzinho.
- Oi minha netinha, que alegria é essa na floresta?
- Eu vim trazer uns docinhos que a mamãe fez para a senhora e estamos comemorando a chegada de um novo amiguinho, o lobo que era mau e agora é bom.