A fruta do Conde
A fruta do conde
Não tem por onde
Não tem por onde
E se esconde
Em volta dela
Tem muito espinho
Igual carrapicho
A fruta do conde
Mas com um nome
Tão nobre
Vive como uma rainha
No pé magricela
De sua árvore
Enquanto sua polpa
Fica a vontade/
Fica a vontade
Com tanta semente
Na fruta do conde
A polpa e a semente
Ficam à vontade
A dançar solenemente
As duas, no fim da tarde
Na boca gulosa do moleque
Nos lábios tímidos da avó
A fruta do conde se esconde,
Termina nobre de lamber os beiços
Enquanto sua casca de espinhos
termina para os mosquitos.