NILSINHO
NILSINHO
No ninho da Dona Gata
Nasceram quatro gatinhos
Um deles, o mais travesso
Foi chamado de Nilsinho.
Dona Gata fazia tricô
Sentada numa cadeira
E quando caia o novelo
Era aquela barulheira.
- Nilsinho, devolva o novelo!
Gritava a mãe do gatinho
Mas ele não devolvia
Era muito malandrinho.
Jogava o novelo para cima,
Para baixo, para todo lado
Embaralhava os fios da lã
Dava um trabalho danado.
Quando, por fim, a Dona Gata
Conseguia pegá-lo, então
Estava sujo e embaraçado
De tanto rolar pelo chão.
O Nilsinho, naquela alegria
Parecia que nem ouvia
A bronca que lhe dava, a mãe
Enquanto pulava e corria.
O gatinho vivia contente
Estava sempre de bom humor
Só de uma coisa não gostava
Para ele era um horror.
- Nilsinho, coma a comida,
Não deixe restos no prato!
Mas o gatinho não comia
E sempre sobrava um rato.
Só gostava de bobagens
Balas, biscoitos, doces
E coisas fora de hora
Mas quando chegava o almoço
Largava tudo e ia embora.
- Eu não gosto de comida,
Eu só gosto de sorvete.
- Não quero porque está fria,
Não quero porque está quente.
Sempre tinha uma desculpa
Para comer um salgadinho
E falava para a mamãe:
- Se me der, fico quietinho!
Dona gata aconselhava:
- Você vai ficar doente,
Muito doce, meu filhinho,
Deixa fraco e estraga o dente!
Um dia, de madrugada
Dona Gata escutou
Era o Nilsinho que chorava
Todo mundo ele acordou.
- Ai, mamãe, que dor de dente,
Ai, mamãe, que dor danada,
Chama o Doutor Caranguejo
O dentista da bicharada!
Lá se vai à dona Gata
Correndo pelo caminho
Buscar o Doutor Caranguejo
Para curar o seu gatinho.
- Dona Gata, disse o doutor:
Tem uma cárie daquelas
E, se não tomar cuidado,
Ele vai ficar banguela!
- Mas vamos cuidar do dentinho
Até nascer outro novinho;
Vou fechar esse buraco
Vai ficar bem bonitinho.
Depois de chorar a noite inteira
O gatinho aprendeu
Parou de querer bobagens
E toda a comida comeu.
Hoje, o Nilsinho,
Deixa vazio o seu pratinho:
Come salada, come feijão,
Come legumes e até macarrão.
Come frutas, come sardinha,
Não dispensa a comidinha
Toma leite no prato
E adora um bom rato
Pois, afinal de contas,
O Nilsinho é um gato.
Autora: Ironi Lírio