A CRACA E A TARTARUGA

Nem lembro quando eu nasci direito, era eu e mais um monte sem defeito. Corríamos em direção ao oceano, alguns iam em direção as luzes do humano.

Nasci de um ovo entre milhões, larvas nadantes formando legiões. Por peixes muitas foram comidas, outras em pedras se fixaram vencidas.

Lá estava a tartaruga que esbarrou com a larva sanguessuga. Uma carona para uma larva nadante. Falou a craca com voz tocante.

A tartaruga que tinha visto muita morte, sentindo se jogada a brutal sorte quis fazer uma boa ação ajudar uma larva sem noção.

Sem noção era apenas a cara do crustáceo, pois este já era adaptado desde o cretáceo. Assim ela se instalou no casco da cabeçuda e fez isso sem precisar de nenhuma ajuda.

A larvinha foi crescendo com um exoesqueleto e a tartaruga apesar do casco duro com um endosqueleto. Elas ficaram amigas sem iguais, conhecendo todos os locais.

Carona que é para uma temporada, teve dia e noite e nunca madrugada. A tartaruga carregou o parasita para o resto da vida e sempre espero o dia da partida.

Trinta anos se passou na narrativa, teve tudo que é tipo de tentativa a união indesejável continuava ativa e isso deixa a tartaruga sempre negativa.

A craca não falava de namorar, pois era macho e fêmea a se alternar. Mas a cabeçuda viu o seu amado e ele por ela ficou todo encantado.

Depois de o amor fazer a união, a cabeçuda sentiu uma pontada, um puxão, queria rever o local do seu nascimento, pois a bateu enorme de um sentimento.

A tartaruga que estava em Madagascar, largou tudo sem nada certificar. Partiu para uma praia na Bahia rezando para não ser praia da mania.

Ondas violentas enfrentaram a tartaruga e de muitas redes ela fez a fuga. A craca apenas em tudo dava palpite, mas agora sua opinião já era alpiste.

Elas chegam às costas do Brasil, lindo país varonil. Com medo ela pisa na areia, numa praia próxima a uma aldeia.

Maldades eram as suas lembranças, nisso ela é presa por crianças. Homens medem o seu casco e ela treme, pois ele seria um carrasco?

A tartaruga sente dores em vários pontos e de repente saem os ovos prontos, lagrimas e os humanos batem palmas e sinal que eles têm almas

No mar uma surpresa agradável, eles retiraram a companheira fiel, feliz ela para em Noronha observa os humanos fumando maconha

Com os olhos em lagrimas e com certezas intimas agradece ao Criador por ter tirado um pouco a sua dor.

Antes de encher a boca de alga e se sentindo uma fidalga reparou a melhoria num segundo, pois há pessoas boas no mundo.

Sorrindo foi explorar os oceanos e rezar por ter melhores humanos.

André Zanarella 11-02-2011