A saga do tob
Aconteceu a quatorze anos atrás ,quando meu sogro Cristiano presenteou minha filha, que não por acaso se chama Christiane com um cãozinho poodle, pretinho meio torto é verdade,( tanto que eu dizia que era cachorro de liqüdação), que começou a convivência com esta criatura estranha e ao mesmo tempo adorável. Seu nome era Tob, mas Christiane insistia em chamá-lo de " binho", no que ele prontamente atendia. Mesmo muito estranho, pois óbviamente que a beleza não era definitivamente seu ponto forte, aos poucos foi conquistando a família pois bastava abrir o portão da garagem que rápidamente o "binho" aproximava cativante cheirando o nossos pés como que pedindo uma brincadeira. Algumas vezes confesso que por descuido,cheguei perto de o atropelar, e brincando dizia -Quase matei o tob, pena que foi por pouco.
Pior é que o danado de vez enquando resolvia simplesmente sumir, fujão que era, mas para alívio geral acabava voltando, arranhando a porta algumas horas depois da sua frustada aventura pelas ladeiras de Ouro Preto. Lembro-me bem que em uma destas escapadas, o esquisito cachorrinho não retornou, como era o previsto, então saio , tarde da noite pelas ruas perguntando a quem encontrava no caminho se por acaso não teria visto o Tob, descrevendo-o com detalhes, e assim quando estava prestes a desistir da procura, um informante me alertou que próximo teria visto alguém levando o fujão para sua residência, assim, seguí meio sem graça, batendo na tal casa, logo disse que as crianças estavam... desesperadas pela falta do Tob, prontamente a senhora ,constrangida disse que o tinha achado perdido e finalmente entregou a criatura, no que aliviado fiquei o levando prontamente de volta ao lar. Na realidade as crianças já dormiam sono profundo, mas eu é que estava mais aborrecido com a possível perda do tal cãozinho...