DIARIO DE UMA GATA
Moro, onde não mora ninguém. Onde não vive ninguém. É lá que eu moro e me sinto bem. (musica de alguém) Mais na casa onde moramos com o nosso dono, existe tudo, gente, gatinhos e cachorro. É uma casinha pitoresca, branca de portinhas marrom.
Antigamente nesta casinha, só vivia cachorros. Cachorrão, Tiazinha, Lola, Bob e atualmente a belezoca, chamada Beonce, uma cachorrinha bem marota e fujona. Sonhando, até chora.. Agora é uma mistura, três gatinhas de sucesso com um gatinho prá lá de boneco. São animais da realeza.
Eu sou a felpudinha a gatinha chamada Mille, uma bola de natal, rajadinha de marrom, amarelo e preto, igual a uma luz de Papai Noel, a que vive a comer e dormir. Horas e horas. Abre e fecha os olhinhos, até chegar perto da ração, começando o ritual, ora um leitinho quente, ora a ração gostosinha e apetitosa. Tenho o hábito de brincar com a cachorrinha Beonce, uma graçinha, toda felpuda e esperta. Meu dono diz que, somos como irmãs, ou melhor, às vezes amantes. Tive inúmeras gestações. Mais comigo não ficou ninguém. Aos poucos foram parar na distribuição de renda.
Em nossa casinha, existe a gatinha branquinha e imperiosa, nome de realeza, que é chamada de Pandora. Foi a primeira a chegar. De dia fica dormindo e comendo. Mais a noite, é uma leoa. Fica a caça de algo ou alguém para comer. Não se mistura com ninguém. Não suporta que seu prato cheio de ração, seja dividido com as outras bichanas. É uma gata de muita raça. Enfrenta o perigo. A importante.
Quando disse que éramos 03 gatinhas. É porque hoje só existe duas, a Mille e a Pandora, porque a gatinha, chamada Nefrititi, preta feia e magrinha, ninguém a queria, quando ainda era bebê. Passava horas, vagando na estrada. Fujona, mais voltava sempre. Adotou-nos de todo em fim. Mais de tempos em tempos ficava barriguda e enchia a casa de gatinhos. Por sinal uma boa mãe. Costumava levar os filhotes, para passear nos cômodos da casa e também ensinava a comer no pratinho. Na boca, era assim que ela carregava os filhotes. Era como uma loba, sempre pronta para defender os seus bichinhos. Mais infelizmente a casa do meu dono, ficou muito cheia. Então o nosso dono, mais uma vez, fez a distribuição de renda. Ela foi adotada por alguém, juntamente com seus filhotes. Muito inteligente, por sinal.
Ah! Que saudades. O nosso único varão, Leo, bichinho inofensivo e carinhoso. Era o bonitão. O imperador das gatinhas. Tinhas muitas namoradas e todas charmosas. Deixou-nos. Foi envenenado pela vizinhança, que detesta gatinhos. Gente sem alma. Teve que partir cedo, mais o tempo que ficou em nosso lar, foi o senhor regalia.
Quando falo da distribuição de renda. É porque não podemos abrigar mais animais, do que já possuímos. A nossa casa não é muito grande. Eu, Mille, Pandora e Nifrititi, queríamos muito ficar com todos. Mais cada barriga era de 06 a 07 filhotes. Imagina, onde iríamos colocar tantos filhotes?
O diário de uma gata. É um dia da sorte. Todo dia nós abalamos. De frente, de lado e de rabo. A casinha pitoresca é nossa. Porque nela, nós somos o máximo. Gatas, gatos e cachorro sem distinção, e haja rojão.
TARTAY/Fevereiro-2011.