O Capote e o Peru

No sítio Santo Antonio, um capote vivia se reclamando com suas cantigas de deixar uma pessoa sem sossego, somente o homem do campo para aguentar todo o barulho. Ele não parava de dizer que estava fraco. E continuava a fazer barulho: “Tô fraco, tô fraco, tô fraco...”

Ninguém do sítio aguentava mais tamanhos lamentos deste capote. O miserável se chamava Fraquinildo e continuava com seus lamentos: “Tô fraco, tô fraco, tô fraco...”

Até que, certo dia, um peru chamado Risonho olhou fixamente para o capote e começou a *mangar dele: “Glu, glu, glu, glu, glu...”

O capote parou de dizer que estava fraco depois de se sentir humilhado, mas o peru não queria nem saber e continuou a vaiar dando aquelas suas risadas bizarras de mexer e provocar qualquer um: “Glu, glu, glu, glu,glu...”

___ Você está zoando da minha cara? pergunta o capote.

___ Claro que não. Glu,glu,glu,glu,glu. provoca o peru.

___ Então pra quê todo esse glu,glu,glu? pergunta o capote.

___ É por que eu nasci para mangar dos outros. diz o peru.

___ Eu também nasci dizendo "tô fraco". diz o capote.

___ Então me desculpe se eu te ofendi. Vamos fazer as pazes lá no Lago do Sapo. diz o peru.

___ Tudo bem. Vamos fazer as pazes na Lagoa do Sapo. encerra o diálogo o capote.

E os dois foram na maior alegria para essa tal Lagoa do Sapo. O peru Risonho não parava com seu glu-glu-glu, e, o danado do capote Fraquinildo vivia no seu resmungo dizendo tô fraco, tô fraco... Mas no final, tudo acaba dando certo, pois ambos fizeram as pazes e se tornaram grandes amigos. Esta é a estória do Capote e do Peru.

Eles fizeram o certo um com o outro: “Em vez de brigar fizeram as pazes e, nada melhor do que num ambiente agradável da natureza como é o caso da Lagoa do Sapo.

Moral da estória: "todos nascemos com defeitos e por isso devemos aceitar as pessoas como são, e, fazendo amizades com elas."

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*Mangar = vocabulário da linguagem popular nordestina que significa zombar, tirar sarro, rir dos outros.

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