OS GATOS

Um lindo gato siamês morava numa casa de família rica e era paparicado por todos. Tinha tudo em suas mãos. Leite fresquinho, peixe, ração, comida da melhor qualidade e mesmo assim vivia reclamando da vida. Queria conhecer o mundo lá fora. Desejo fora de cogitação pelos seus donos que o mantinham em casa com todo o luxo.

Mas um dia Pompom o gato siamês aproveitou a saída de seus donos e o vacilo dos empregados da mansão que deixaram a porta aberta enquanto a faxineira jogava o lixo e fugiu escondendo-se no jardim.

Quando a faxineira entrou em casa e fechou a porta Pompom saiu pelas brechas do portão rumo a conhecer o que o mundo tinha a oferecer. Mal sabia ele que o mundo lá fora era cheio de surpresa, desafios e perigos.

Ao sair livre pelas ruas da cidade grande parou num jardim botânico e encontrou outro gato com má aparência, maltrapilho por viver perambulando por aí sem rumo e sem casa fixa, mendigando comida dos lixões.

__Bom dia amigo! – disse o gatuno. – Para onde vai com tanta pressa?

__Acabei de fugir de casa. Queria conhecer o mundo aqui fora. Indagou Pompom.

__Nossa, você tem boa aparência! Tenho certeza que é bem cuidado.

__Sim, na minha casa não falta nada. Tenho tudo que gosto.

__E por que foges de casa se tens tudo?

__Quero conhecer o mundo aqui fora. Perceber como tudo acontece.

__Então vou te mostrar como é o mundo aqui fora. Como me viro para sobreviver. Venha, vamos ali buscar comida num restaurante.

Pompom parou um pouco, pensou e resolveu seguir adiante com sua travessura.

__Ta bom, vamos lá, quero ver de que maneira você sobrevive.

Chegando ao restaurante os gatos entraram pela porta dos fundos que dava direto na cozinha. Esperaram um pouco até que o cozinheiro saísse e atacaram a jarra de leite em cima da pia. Depois foram direto pras frutas e foram surpreendidos pelo cozinheiro que fez um grande alarme ao vê-los e saiu correndo atrás dos gatos com uma espingarda. Os gatos corriam desesperados sob os tiros disparados.

Chegando ao um bosque Pompom estava muito cansado de tanto correr e falou:

__Não sabia que era tão perigoso viver na rua.

__É, meu amigo, a vida aqui é diferente do que você imagina.

Na sua casa você tem vida boa, tudo nas mãos, mas eu tenho que correr atrás e correr os riscos que a vida me ensina.

Pompom dado por satisfeito se despede do gatuno e diz que voltará para casa de onde não haveria de ter saído, pois lá não precisa correr os riscos que correu hoje para ter comida e vida boa.

“E melhor viver com o mundo que tem do que se arriscar com o mundo que não conhece.”

Alessandro Mello
Enviado por Alessandro Mello em 01/02/2011
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