A RÃ E O JABURU

A RÃ E O JABURU

O sol nascia ali estava à rã

Ao lado do pé de hortelã

Ela olhava o céu amarelo

E achava o feio jaburu belo

Queria ter o crânio escuro

Pois o seu era tal prematuro

E nem se fale do papo vermelho

Nem precisa se mirar no espelho

Penas brancas por todo o corpo

Tão belo nem precisa de anticorpo

E tão alto aquele pernalta

Com certeza é sempre peralta

E num vôo rasante lá veio o jaburu

Com um bote queria tê-la no menu

A rã lisa mergulha para dentro da lagoa

E corre se esconder no meio da taboa

Aliviada agradece por ser tão pequena

Ter pele lisa e não ser coberta de pena

E não ter vermelho papo no pescoço

E por ser verde deixou de ser almoço

Pois nunca é tarde demais

Ou muito cedo demais

Para querer ser quem eu sou

E feliz nadando eu vou.

André Zanarella 22-12-2010