Genival era um beija-flor muito inteligente e alegre. Ele vivia em Teresópolis porque não aguentava o calor do Rio de Janeiro. Lá ele tinha vários amigos. Todos faziam questão da sua amizade por ele ser um beija-flor muito especial.
As flores, quase todas, eram suas amigas. Ele sabia da história de cada uma. Elas sempre vinham lhe pedir conselhos porque sabiam que ele era um bom conselheiro.
Um belo dia a rosa o procurou, muito chorosa e, entre um soluço e outro, lhe contou que o cravo havia brigado com ela, dando até inspiração para o rouxinol fazer uma música que a cigarra, mais que depressa, gravou e estava fazendo sucesso no rádio.
Ah.... deve ser aquela que diz:
O cravo brigou com a rosa
Embaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.
- É, seu beija, estou mesmo despedaçada. O cravo foi muito injusto comigo. Imagina o senhor que ele brigou comigo só porque eu disse que não podia faltar à festa de aniversário do Girassol. O cravo é muito ciumento e não queria que eu fosse. Eu não podia deixar de ir. O girassol me ajudou muito quando eu tive um galho quebrado. Ele ajudou a cuidar dos meus irmãos, que ainda eram botões e precisavam de cuidados especiais.
- Rosa, eu acho que você tem razão – disse o beija-flor.
- Por que o cravo não foi com você?
- Porque ele estava de serviço naquela noite.
- O ciúme causa muitos problemas. Faz as pessoas
ficarem cegas. Você precisa ver como esse sentimento é terrível entre os seres humanos que, aliás, se dizem animais racionais.
- E o que é racional, seu beija?
- É um animal que raciocina, pensa, como os seres
humanos. Só que o ciúme deixa os seres humanos irracionais, ou seja, na hora do ciúme eles não pensam, não raciocinam. Muitas vezes até irmãos brigam por ciúmes. Acham que o pai ou a mãe gosta mais de um do que do outro e acabam brigando.
Ainda ontem eu estava bebendo água naquelas gar-rafinhas que as pessoas botam nas janelas, quando vi duas irmãs brigando.
Nenete dizia para a irmã: - Você ganhou esse sapa-tinho novo porque a mamãe gosta mais de você do que de mim.
- Não, dizia, Soninha, não é nada disso. Ela comprou esse sapatinho porque o meu pé cresceu muito nos últimos meses e o meu sapato estava apertando muito. Além do mais você acabou de ganhar dois pares de sapatos da sua madrinha.
Nenete não queria entender e fazia tudo para aborrecer a irmã.
Logo chegou a mãe das meninas. Ela estava vindo de um orfanato que fora visitar e estava penalizada com tanta pobreza.
- Vocês precisavam ver – dizia ela – como as crianças ficaram felizes com aquelas roupinhas velhas que eu consegui para elas. É.....minhas filhas, a gente reclama da vida, mas lá é que a gente vê o que é tristeza. As crianças precisam de tudo, mas principalmente de amor.
O que vocês acham de nós começarmos uma cam-panha para conseguir roupas, calçados e brinquedos para elas?
Nenete ficou envergonhada de haver brigado com a irmã. Foi correndo para seu quarto arranjar coisas que pudesse doar. Encontrou mil roupinhas que já não usava ou que estavam pequenas para ela. Achou tam-bém muitos brinquedos que, embora ainda gostasse, podia perfeitamente viver sem eles. Afinal o Natal estava perto e ela iria ganhar muitas coisas novas.
- Nenete, como você é uma menina boa! disse a mãe.
Soninha lembrou dos livrinhos de história que já havia lido e os recolheu para levar também.
Juntaram tudo e começaram a telefonar para as ami-guinhas pedindo que elas fizessem o mesmo.
Logo juntaram uma grande quantidade de roupas, sa-patos, brinquedos, livros e muita coisa gostosa, o que é difícil de ter, lá no orfanato.
O beija-flor disse para a rosa que aquilo era muito bonito e disse ainda que todo mundo tem sempre alguma coisa que pode dar. Não depende só de ter dinheiro. Amor, por exemplo, a gente pode sempre dar. Carinho, atenção, gentileza e também amizade não custam nada. Quer coisa mais importante do que um amigo? Um amigo de verdade é a coisa mais preciosa na nossa vida, você não acha, rosa?
Claro, seu beija. É para o amigo que a gente contas os nossos segredos. É para o amigo que a gente conta as nossas tristezas e as nossas alegrias – disse a rosa.
- Mas no meu caso eu não posso dizer que o cravo seja meu amigo de verdade. Se o fosse não brigaria comigo daquele jeito.
- Não diga isso, rosinha, vou falar com o cravo e tenho certeza de que tudo ficará bem entre vocês. Vou contar pra ele que o girassol está noivo da dália e que ele não precisa ficar com ciúmes porque você gosta do girassol como amigo, mas que é dele o seu coração.
- Eu lhe agradeço muito, seu beija.
E foi assim que, mais uma vez o beija conseguiu levar a paz àquele jardim. Conversou com o cravo e o con-venceu a fazer as pazes com a rosa, que tanto o ama-va.
No dia seguinte a rosa recebeu um belo presente do seu amado cravo e nunca mais houve brigas naquele jardim.
Dois meses depois os dois se casaram e estão dando flores com muito amor até hoje.
As flores, quase todas, eram suas amigas. Ele sabia da história de cada uma. Elas sempre vinham lhe pedir conselhos porque sabiam que ele era um bom conselheiro.
Um belo dia a rosa o procurou, muito chorosa e, entre um soluço e outro, lhe contou que o cravo havia brigado com ela, dando até inspiração para o rouxinol fazer uma música que a cigarra, mais que depressa, gravou e estava fazendo sucesso no rádio.
Ah.... deve ser aquela que diz:
O cravo brigou com a rosa
Embaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.
- É, seu beija, estou mesmo despedaçada. O cravo foi muito injusto comigo. Imagina o senhor que ele brigou comigo só porque eu disse que não podia faltar à festa de aniversário do Girassol. O cravo é muito ciumento e não queria que eu fosse. Eu não podia deixar de ir. O girassol me ajudou muito quando eu tive um galho quebrado. Ele ajudou a cuidar dos meus irmãos, que ainda eram botões e precisavam de cuidados especiais.
- Rosa, eu acho que você tem razão – disse o beija-flor.
- Por que o cravo não foi com você?
- Porque ele estava de serviço naquela noite.
- O ciúme causa muitos problemas. Faz as pessoas
ficarem cegas. Você precisa ver como esse sentimento é terrível entre os seres humanos que, aliás, se dizem animais racionais.
- E o que é racional, seu beija?
- É um animal que raciocina, pensa, como os seres
humanos. Só que o ciúme deixa os seres humanos irracionais, ou seja, na hora do ciúme eles não pensam, não raciocinam. Muitas vezes até irmãos brigam por ciúmes. Acham que o pai ou a mãe gosta mais de um do que do outro e acabam brigando.
Ainda ontem eu estava bebendo água naquelas gar-rafinhas que as pessoas botam nas janelas, quando vi duas irmãs brigando.
Nenete dizia para a irmã: - Você ganhou esse sapa-tinho novo porque a mamãe gosta mais de você do que de mim.
- Não, dizia, Soninha, não é nada disso. Ela comprou esse sapatinho porque o meu pé cresceu muito nos últimos meses e o meu sapato estava apertando muito. Além do mais você acabou de ganhar dois pares de sapatos da sua madrinha.
Nenete não queria entender e fazia tudo para aborrecer a irmã.
Logo chegou a mãe das meninas. Ela estava vindo de um orfanato que fora visitar e estava penalizada com tanta pobreza.
- Vocês precisavam ver – dizia ela – como as crianças ficaram felizes com aquelas roupinhas velhas que eu consegui para elas. É.....minhas filhas, a gente reclama da vida, mas lá é que a gente vê o que é tristeza. As crianças precisam de tudo, mas principalmente de amor.
O que vocês acham de nós começarmos uma cam-panha para conseguir roupas, calçados e brinquedos para elas?
Nenete ficou envergonhada de haver brigado com a irmã. Foi correndo para seu quarto arranjar coisas que pudesse doar. Encontrou mil roupinhas que já não usava ou que estavam pequenas para ela. Achou tam-bém muitos brinquedos que, embora ainda gostasse, podia perfeitamente viver sem eles. Afinal o Natal estava perto e ela iria ganhar muitas coisas novas.
- Nenete, como você é uma menina boa! disse a mãe.
Soninha lembrou dos livrinhos de história que já havia lido e os recolheu para levar também.
Juntaram tudo e começaram a telefonar para as ami-guinhas pedindo que elas fizessem o mesmo.
Logo juntaram uma grande quantidade de roupas, sa-patos, brinquedos, livros e muita coisa gostosa, o que é difícil de ter, lá no orfanato.
O beija-flor disse para a rosa que aquilo era muito bonito e disse ainda que todo mundo tem sempre alguma coisa que pode dar. Não depende só de ter dinheiro. Amor, por exemplo, a gente pode sempre dar. Carinho, atenção, gentileza e também amizade não custam nada. Quer coisa mais importante do que um amigo? Um amigo de verdade é a coisa mais preciosa na nossa vida, você não acha, rosa?
Claro, seu beija. É para o amigo que a gente contas os nossos segredos. É para o amigo que a gente conta as nossas tristezas e as nossas alegrias – disse a rosa.
- Mas no meu caso eu não posso dizer que o cravo seja meu amigo de verdade. Se o fosse não brigaria comigo daquele jeito.
- Não diga isso, rosinha, vou falar com o cravo e tenho certeza de que tudo ficará bem entre vocês. Vou contar pra ele que o girassol está noivo da dália e que ele não precisa ficar com ciúmes porque você gosta do girassol como amigo, mas que é dele o seu coração.
- Eu lhe agradeço muito, seu beija.
E foi assim que, mais uma vez o beija conseguiu levar a paz àquele jardim. Conversou com o cravo e o con-venceu a fazer as pazes com a rosa, que tanto o ama-va.
No dia seguinte a rosa recebeu um belo presente do seu amado cravo e nunca mais houve brigas naquele jardim.
Dois meses depois os dois se casaram e estão dando flores com muito amor até hoje.