O cavalinho Chuvarada e seus amigos
- Chuvarada, vamos brincar amanha cedinho?
- Não vou poder ir.
-Não, por quê?
-Vou sair antes do Ronaldo cantar. Amanhã é meu aniversario e meu pai me deu de presente um dia de liberdade, farei o que desejo.
-E o que queres fazer?
- Irei conhecer o mato do outro lado do milharal.
- Quero ir contigo, falou o cachorro Bom Tempo.
- Nem pensar, quero ir sozinho, será minha primeira aventura.
- Boa sorte, disse muito contrariado o amigo de tantas brincadeiras.
No outro dia, fazendo um leve toc, toc, toc, toc, saiu o pequeno cavalinho.
A caminhada, ele sabia que seria longa.
A vaca Doçura ouviu lá do estábulo o toc, toc, toc e perguntou:
- Quem esta de pé tão cedinho, o galo Ronaldo nem cantou ainda.
– Sou eu.
- Aonde vais?
-Vou conhecer o outro lado do milharal, quero passear, fazer novos amigos e voltar antes da lua chegar. Quando ela chega, minha mãe me manda para cama.
Lá se foi ele mascando um galho de feno, com o seu toc, toc, toc.
Entrou no milharal e ficou encantado com o tamanho dos pés de milhos e com as espigas bem amarelinhas. No meio do caminho, encontrou a pata Candoca cuidando dos filhotes que corriam atrás de uma minhoca.
- Ei, ei cavalinho, aonde vais?
–quem esta me chamando?
– Sou eu, o espantalho guardião do milharal.
- Oi, como você é alto!
- É para poder enxergar toda a plantação.
- Queres algumas espigas bem macias para o teu almoço?
- Quero sim, estou com fome.
-Obrigada pelas espigas
Chuvarada comeu e tirou um cochilo na beira do riacho, onde uma tartaruga tomava banho. Mais tarde seguiu em direção ao mato.
Pelo caminho encontrou borboletas, pica-paus e um casal de papagaios procurando um galho de arvore para construir o ninho. Ele estava tão encantado com as belezas do caminho que nem percebeu que a noite havia chegado.
Chuvarada ficou assustado, era noite e não estava conseguindo encontrar o caminho de volta.
A lua chegou acompanhada das estrelas e foi logo perguntando:
- O que estás fazendo tão longe de casa?
- Sai para passear e encontrar novos amigos e não vi anoitecer. Preciso de ajuda para voltar, meus pais devem estar procurando por mim.
Do alto de um pé de abacateiro, um casal de corujas preparava os filhotes para passear. Explicaram a Chuvarada que as corujas ficam acordadas á noite.
O sapo Sapé acordou e ficou sabendo o que estava acontecendo. Sugeriu que o cavalinho dormisse perto dele e no outro dia, quando o sol estivesse quentinho, ele mesmo o levaria de volta para casa. E explicou que há algum tempo estava querendo fazer uma visita ao primo Totopé, morador do lago que fica ao lado da casa dos pais do pequeno cavalinho.
No outro dia, Chuvarada, acompanhado do novo amigo, voltou para casa e na beira do milharal encontrou o Bom Tempo, esperando o grande amigo.
Os pais o abraçaram e lhe deram de presente uma bela cama de feno bem novinha e ele aproveitou e foi dormir acompanhado dos seus dois amigos, Bom Tempo e Sapé.