A BORBOLETA MARIETA

Um dia, num belo jardim, a borboleta Marieta apaixonou-se pelo perfumado cravo vermelho. O cravo ficou encantado com o amor da borboleta de asas com desenhos em ouro e prata. A borboleta voejava em torno do cravo com graça e alegria. Era um namoro de cores e perfumes que as outras flores jamais haviam visto outro igual.

Após um tempo, depois de juras de amor sincero, Marieta, a borboleta, partiu para outros jardins distantes deixando o cravo vermelho muito triste a sua espera.

Outras borboletas visitavam o cravo, mas ele só pensava na sua Marieta. À noite o sereno, com pena do cravo, descia suavemente e molhava suas pétalas dizendo:

- Amigo cravo, esqueça essa borboleta ingrata! Viva sua vida. Olhe ao seu redor e veja quantas outras borboletas querem beijá-lo. Não desperdice seu tempo.

Não adiantava falar. Ele não ouvia. Só Marieta estava no seu pensamento, nos seus sonhos.

O tempo passou e Marieta não voltava. Ela continuava a voar para jardins cada vez mais distantes até que um dia as abelhas resolveram expulsá-la.

- Não queremos mais essa borboleta enxerida disputando o pólen das flores conosco. – gritou a abelha rainha.

E todas as abelhas se juntaram e despacharam Marieta daquele jardim. Então ela resolveu voltar para o seu cravo vermelho. Voou de volta ao jardim onde fora muito feliz. Como tempo passou rápido, o belo cravo vermelho estava ressecado em sua haste que pendia para o chão. Marieta chorou. Ficou ali, pousada em uma margarida, olhando para o seu amado cravo vermelho.

Foi nesse momento que uma rosa amarela disse:

- Marieta, você é como os homens que têm uma fortuna nas mãos e a esbanja com frivolidades. Só depois de perder tudo é que se lembrou de alguém que a amava com sinceridade? Aqui você tinha pólen e amor, mas não bastava. Jogou tudo fora, arriscou e perdeu.

Marieta, envergonhada, voou para bem longe e nunca mais se ouviu falar dela.

05/09/10

(histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)