BRISA E A SAUDADE

Alguns amigos aqui do recanto sabem que Brisa está se recuperando de uma infecção respiratória e informo que ela está bem, fazendo tratamento e como sempre demonstrando a sua inteligência. A hora dos medicamentos é um capítulo à parte, pois Brisa toma os medicamentos não muito satisfeita mas completamente convencida de que, se não tomá-los terei de pedir ao pediatra que prescreva uma injeção, e entre o ruim e o péssimo, ela que é "esperta" como diz, prefere obedecer. Ontem ela estava especialmente sensível e com muita saudade da avó, que faleceu a dois anos. Chorava sem motivos aparentes e resolvi deitar-me um pouco com ela. Perguntei-lhe qual era o problema, ao que ela respondeu-me: O "proglema" é que estou com saudades da minha "vó"... Eu disse a ela que era assim mesmo, que quando amávamos muito alguém, e este alguém partia, sentíamos sim uma saudade boa e não era para ela ficar triste e para fazê-la sorrir complementei dizendo que a saudade era como um bichinho que ficava ali, adormecido e as vezes acordava. Pronto! Aguçei sua imaginação! Não houve mais jeito! Sorriu e me disse que estava no horário do remédio. Preciso tomar o antibiótico logo. Por quê ?, perguntei-lhe.

E ela: - Por que se você me diz que devo tomar o antibiótico pra "matar" o bichinho da gripe, pode ser que ele "mate" também este, o da saudade! Ia dizer pra ela que não poderia fazê-lo, pois a saudade boa é eterna e devemos cultivá-la, mas achei melhor falar-lhe sobre isto num momento mais adequado, em que ela estivesse preparada para entender o assunto. Assim, nos levantamos, fomos escrever e desenhar, para espantar a saudade.

Te amo minha Brisa!

Helena Grecco

21.06.2010