Cordel Junino
O céu todo estrelado
Do meu universo finito
Nesse terreiro enfeitado
Cá digo baixinho comigo
Ilumina como fitas de cetim
O meu cordel junino...
Nas cores do meu vestido
Tem a esperança ditosa
De uma noite animada
De uma festa maravilhosa
Onde se queima à brasa
E por instantes se assa
Uma esperança exitosa
Oxente, chama o sanfoneiro
Porque queremos é dançar
Uma quadrilha bem marcada
Neste tão alegre arraiá
Aqui a tristeza não vinga
Fica lá depois da cerca
Toda torcida em figa
São convidados os compadres
São convidadas as comadres
Padre, viúva e os noivos
Para alegrar os convidados...
Os balões já voam alto
A fogueira queima a fole
Na bananeira está fincada
A faca da minha sorte
Nesta noite de sonhos
Fiz um pedido ao santo
Que me mostrasse de vez
O dono dos meus encantos.
Quero quadrilhar dançar
Soltar fogos de artifício
Na fogueira em brasa assar
O milho fruto do meu ofício
Na festa da colheita do milho
Não vale fazer economia
Vamos celebrar a fartura
Vamos colher sempre a alegria.