O Espantalho Feliz
O Espantalho Feliz
Jorge Linhaça
Havia, tempos atrás, não muito longe daqui, um pequeno fazendeiro que lutava para manter sua colheita de trigo.
Plantava com carinho as sementes no seu terreno,cuidava delas com ternura, regando quando necessário, carpindo as ervas daninhas e abrindo espaço para o brotar das plantas.
Quando o trigal já estava crescido, vinham os pardais comer os pequenos e dourados cachos que iam se formando.
Não sabia mais ,o fazendeiro, o que fazer,ficava triste por ver seu trabalho destruído pelos pássaros que buscavam ali o seu alimento.
Resolveu então fazer um espantalho bem feio e carrancudo pra assustar os pássaros devoradores.
Funcionou por poucos dias mas logo as aves, acostumadas ao espantalho,voltavam a atacar a lavoura.
O filho do fazendeiro, que por ali caminhava, olhou para o espantalho e perguntou ao pai:
- Por que esse espantalho é tão feio ?
- Para tentar espantar os passarinhos que vem comer nosso trigo, respondeu o homem.
- Mas ele é tão feio que não deve nem sentir vontade de se mover, por isso os pássaros não se importam com ele e
acabam vindo comer as sementes...posso fazer outro espantalho?
O fazendeiro que nada tinha a perder, e para fazer a vontade do menino, concordou.
O menino tirou o velho espantalho do seu suporte e carregou-o para o galpão. Ficou dois dias trabalhando no novo espantalho, aguçando a curiosidade de todos.
Quando finalmente terminou a tarefa, havia feito um espantalho sorridente, vestido de roupas coloridas e com um belo chapéu de palha.
O pai achou estranho tanto capricho para um simples espantalho, mas ajudou o filho a levá-lo para o seu lugar no meio da plantação.
O filho fixou o espantalho de maneira que este se movesse com o vento, girando sobre o seu eixo.
O fazendeiro não acreditava que isso fizesse grande diferença mas queria ao menos deixar o filho feliz.
Passou-se o dia e os pássaros, como haviam feito com o velho espantalho, evitavam se aproximar.
No dia seguinte já estavam por ali comendo os grãos dos cachos de trigo, ignorando o novo espantalho.
O menino, vendo isso, chegou perto do espantalho e disse-lhe:
-Você agora é um espantalho feliz e pode até se mover quando o vento bate forte, não tem desculpa para ficar ai só olhando os pássaros destruírem o trigal.
O espantalho nada respondeu,é claro...
O menino voltou para casa, um pouco triste porque os pássaros continuavam a comer o trigo.
Veio a noite, uma noite clara como só se vê no interior, o céu salpicado de estrelas formando um lindo tapete de luzes.
A lua reinava, com sua face redonda e prateada e o espantalho a tudo contemplava ali do seu pedestal.
Silenciosamente desejava poder retribuir o carinho do menino que o havia construído tão bonito e arrumado.
Foi quando um raio de luar desceu dos céus e repousou sobre o espantalho, enchendo-o de luz.
No dia seguinte, quando raiou o sol, os passarinhos vieram em revoada para comer as sementes...o espantalho abriu os olhos e sentindo-se diferente, começou a cantar ,espantando os pássaros dali.
Quanto mais cantava, mais feliz ficava e quanto mais feliz ficava mais ele cantava...e quanto mais cantava mais os passarinhos espantava.
O povo da fazenda acordou com a cantoria...o menino corria e batia palmas de felicidade ao redor do pai boquiaberto.
Foi assim que o espantalho feliz cumpriu a sua missão de zelar pelo trigal até o dia da colheita.
Quando a colheita terminou, nosso amigo espantalho ganhou um canto especial no galpão da fazenda.
Ficou lá, aquecido e quentinho, ganhou roupas novas e espera o dia de voltar ao trabalho quando o trigal novamente brotar.
Tornou-se amigo do menino e, todos os dias, passam horas cantando juntos antes da hora de dormir.
E foi assim que todos aprenderam que quando se trabalha feliz os milagres acontecem e resultado logo aparece.
O Espantalho Feliz
Jorge Linhaça
Havia, tempos atrás, não muito longe daqui, um pequeno fazendeiro que lutava para manter sua colheita de trigo.
Plantava com carinho as sementes no seu terreno,cuidava delas com ternura, regando quando necessário, carpindo as ervas daninhas e abrindo espaço para o brotar das plantas.
Quando o trigal já estava crescido, vinham os pardais comer os pequenos e dourados cachos que iam se formando.
Não sabia mais ,o fazendeiro, o que fazer,ficava triste por ver seu trabalho destruído pelos pássaros que buscavam ali o seu alimento.
Resolveu então fazer um espantalho bem feio e carrancudo pra assustar os pássaros devoradores.
Funcionou por poucos dias mas logo as aves, acostumadas ao espantalho,voltavam a atacar a lavoura.
O filho do fazendeiro, que por ali caminhava, olhou para o espantalho e perguntou ao pai:
- Por que esse espantalho é tão feio ?
- Para tentar espantar os passarinhos que vem comer nosso trigo, respondeu o homem.
- Mas ele é tão feio que não deve nem sentir vontade de se mover, por isso os pássaros não se importam com ele e
acabam vindo comer as sementes...posso fazer outro espantalho?
O fazendeiro que nada tinha a perder, e para fazer a vontade do menino, concordou.
O menino tirou o velho espantalho do seu suporte e carregou-o para o galpão. Ficou dois dias trabalhando no novo espantalho, aguçando a curiosidade de todos.
Quando finalmente terminou a tarefa, havia feito um espantalho sorridente, vestido de roupas coloridas e com um belo chapéu de palha.
O pai achou estranho tanto capricho para um simples espantalho, mas ajudou o filho a levá-lo para o seu lugar no meio da plantação.
O filho fixou o espantalho de maneira que este se movesse com o vento, girando sobre o seu eixo.
O fazendeiro não acreditava que isso fizesse grande diferença mas queria ao menos deixar o filho feliz.
Passou-se o dia e os pássaros, como haviam feito com o velho espantalho, evitavam se aproximar.
No dia seguinte já estavam por ali comendo os grãos dos cachos de trigo, ignorando o novo espantalho.
O menino, vendo isso, chegou perto do espantalho e disse-lhe:
-Você agora é um espantalho feliz e pode até se mover quando o vento bate forte, não tem desculpa para ficar ai só olhando os pássaros destruírem o trigal.
O espantalho nada respondeu,é claro...
O menino voltou para casa, um pouco triste porque os pássaros continuavam a comer o trigo.
Veio a noite, uma noite clara como só se vê no interior, o céu salpicado de estrelas formando um lindo tapete de luzes.
A lua reinava, com sua face redonda e prateada e o espantalho a tudo contemplava ali do seu pedestal.
Silenciosamente desejava poder retribuir o carinho do menino que o havia construído tão bonito e arrumado.
Foi quando um raio de luar desceu dos céus e repousou sobre o espantalho, enchendo-o de luz.
No dia seguinte, quando raiou o sol, os passarinhos vieram em revoada para comer as sementes...o espantalho abriu os olhos e sentindo-se diferente, começou a cantar ,espantando os pássaros dali.
Quanto mais cantava, mais feliz ficava e quanto mais feliz ficava mais ele cantava...e quanto mais cantava mais os passarinhos espantava.
O povo da fazenda acordou com a cantoria...o menino corria e batia palmas de felicidade ao redor do pai boquiaberto.
Foi assim que o espantalho feliz cumpriu a sua missão de zelar pelo trigal até o dia da colheita.
Quando a colheita terminou, nosso amigo espantalho ganhou um canto especial no galpão da fazenda.
Ficou lá, aquecido e quentinho, ganhou roupas novas e espera o dia de voltar ao trabalho quando o trigal novamente brotar.
Tornou-se amigo do menino e, todos os dias, passam horas cantando juntos antes da hora de dormir.
E foi assim que todos aprenderam que quando se trabalha feliz os milagres acontecem e resultado logo aparece.