O ESPANTALHO

CAPÍTULO UM – AVERSÃO AO NOME

Perdoa-me a falta de educação. Deixe-me apresentar. Chamo-me Florentino.

Minha mãe colocou esse horroroso nome em mim porque faz lembrar FLOR.

Não gosto do meu nome, mas ela colocou em mim quando eu era pequenino

quando ouço alguém pronunciando o meu nome... meu pai do céu! Que horror!

Mas o que fazer?! Receber esse maldito nome foi o meu cruel e infeliz destino,

gostaria muitíssimo de mudá-lo, ter um nome com que me sentisse bem melhor,

recebi esse nome quando acabara de nascer e minha mãe viu que eu era um menino,

infelizmente ao nome de Florentino não gosto e nem tenho por ele qualquer tipo de amor.

Para resolver de uma vez por toda a minha triste sorte e sem se quer uma briga,

dei a mim mesmo um apelido, sim um apelido que considero bem sensacional...

Ninguém me conhece por esse monstruoso nome Florentino e sim de Formiga.

Acredito que você possa estar achando o meu apelido exótico e/ou engraçado;

escolhi esse inseto porque para qualquer tipo de planta esse animalzinho faz mal,

consoante é o meu desejo bem lá no fundo de meu ser escondido e guardado.

CAPÍTULO DOIS – AVERSÃO AO REINO VEGETAL

A toda criatura do reino vegetal, sem distinção, tenho uma grande ojeriza:

árvore, flor, grama,verdura, hortaliça, arbusto, erva daninha e ramagem

quando vejo um jardineiro alegremente trabalhando tenho até coriza,

penso comigo mesmo: como alguém pode trabalhar nisso! Prefiro a vadiagem!

Quando criança na hora de comer minha malvada mãezinha de jeito nenhum ameniza

obriga-me a comer todos os legumes e verduras presentes no prato. Que sacanagem!

Caso eu não comesse, uma grossa correia vinha violentamente no meu lombo e desliza

deixando em mim, seu filho, um trauma horrível por uma atitude assim tão selvagem.

Quando jogava bola no terreiro e a mesma caía nos canteiros das verduras ou das flores

surgiam chineladas de tudo quanto era lado causando no meu corpo fortes dores

e transformando a minha dolorosa vida num triste amargor.

Lamentavelmente fora assim o meu terrível tempo de criança,

lá mesmo de tanto apanhar por causa delas perdi toda a minha esperança

e na infância mesmo surgiu em mim uma forte e incontrolável sede de vingança.

CAPÍTULO TRÊS – SOB O TRAUMA DA INFÂNCIA

Felizmente, hoje em dia, por ser um adulto, ninguém me obriga a comer nada

e se falar alguma coisa sobre isso vai entrar pelo ouvido e sair pelo franzido.

Na minha alimentação, tudo que vem diretamente do reino vegetal está riscada

alimento-me de carnes de qualquer tipo animal, massas e doces (meu preferido).

Mesmo com tudo isso lhe garanto que em minha boca não há dentição estragada

tenho uma saúde de ferro, melhor que muita gente, e raramente fico adoecido;

quando olho para trás percebo que minha mãe estava um pouco enganada,

e o gesto dela só tornou o meu mundo infantil completamente descolorido.

Hoje, graças a Deus, não moro em casa e sim num maravilhoso apartamento,

caso morasse numa casa, com certeza, o meu terreiro seria de puro cimento

a fim de que nenhuma criaturinha do mundo verde poluísse o meu espaço.

Reafirmo: um ódio gigantesco pelo reino vegetal no meu peito encerra

ele é tão grande que se pudesse varria essas criaturas da face da terra

e assim toda criança na hora de comer teria o seu sofrimento escasso.

CAPÍTULO QUATRO – META DEVASTADORA

Sou uma mega e multinacional empresário do ramo da mineração,

Tenho muito dinheiro e para gastá-lo bastante feliz pus como meta

de arranjar um jeito letal de acabar com qualquer tipo de vegetação

que possa existir neste momento em nosso querido e amado planeta.

Compro cientista, empresa de pesquisa, comércio e meio de comunicação

para realizar o meu eterno sonho e obter sucesso de forma bem concreta

manipulo todos dados e qualquer notícia presente no meio de informação

para que eu atinja o meu ideal sem que alguém perceba, de maneira discreta.

Cientistas, políticos, religiosos, advogados, professores,todos estão no meu bolso

Dou ordens a eles e somente “sim senhor” magnificamente para o meu ouvido ouço

e não o porque disso ser assim seria para mim ameaçadoramente contrário

e se disserem não corto-lhes de suas contas na mesma hora toda a dinheirama

e esses pobretões infelizes na certa voltarão a viver o antiqüíssimo drama

de conviver frustrada e miseravelmente com um enorme déficit bancário.

CAPÍTULO CINCO – OS DEPREDADORES DO PORTAL

Nesse mundo tenho gente espalhado em todo e qualquer canto,

que estão cegamente sob o poder do meu abundante dinheiro;

de repente recebo uma notícia que me causou enorme espanto

trazida lá do Portal dos Sonhos e Magia pelo meu mensageiro.

Chefe Formiga, não vai dar para devastar o Portal por enquanto.

Não faça esta cara de quem não gostou, chefinho, ouça-me primeiro

mas lá existe fada que protege o mundo, não é só uma e sim um tanto

que me deixou impressionado, fazendo-me mudar o plano por inteiro.

Fadas das Flores, Primavera e verde garantem a proteção à natureza

e se agente agir primeiro e não anulá-las totalmente, com certeza,

elas farão a gente sentir o amargo e indigesto gosto da derrota;

Por isso temos que construir um plano que seja bem inteligente

para que as nossas ações não virem como fogo amigo contra a gente

tirando de maneira definitiva o Portal da nossa ambiciosa rota.

CAPÍTULO SEIS – A ALIADA

Estou sabendo que no Portal existe uma fadinha bem traquina

que graças a sua inocência dar-nos-á uma enorme mãozinha

o nome da peste é... é...como é mesmo... lembrei! Fada Menina!

Nossa parceirinha na destruição será esta piralha fada diabinha.

Daremos a ela brinquedo que tenha fogo com disfarçada lamparina

ou então que venha produzir fogo através de uma simples luzinha,

será dessa forma que a vegetação do Portal chegará a sua ruína

não ficando vivo neste mundo encantado nenhuma plantinha.

A devastação do Portal causará na deusa da agricultura sofrimento, dores,

que chateada ordenará o recolhimento das fadas Verde, Primavera e Flores

tornado a terra do Portal estéril com o seu luto e sua infinita ausência.

Com a terra estéril pelo fato da deusa Ceres/Démeter estar deprimida,

o reino vegetal pode dar um irreversível adeus a sua repugnante vida,

enquanto a Fada Menina carregará este maldito peso à sua consciência.

CAPÍTULO SETE – MAIS ALIADAS

Fadas Sol, Mão de Luz e Dourada também não escaparão do meu genial plano.

Direi à elas que estou com os meus painéis para utilizar corretamente a energia;

insistirei com elas que usarei suas radiações de modo ecológico e elas por engano

quando liberarem suas radiações, novas labaredas na terra estéril irá se formar.

O deus Febo/Apolo ficará irado com o poder sendo utilizado de jeito tão insano

castigará as fadas que trazem com elas o incrível e poderoso poder solar,

com isso até a Fada Arco-Íris, dona do Portal, entrará sem querer pelo cano,

pois sem sol para refletir seu raios n’água como o arco-íris irá se formar?

Acéfala e estando apavorada tomaremos o Portal dos Sonhos e Magia,

quem não estiver satisfeito com a nossa administração vá à outra freguesia

garanto-lhes que não fará nenhuma falta ou causará qualquer pesar a mim.

Uma vez que, em nossa mão, o Portal será completamente encimentado.

Sem fadas, sem verdes, ficará do jeito que eu gosto esse mundo encantado

e tenham a plena certeza que o universo verde estará muito perto do fim.

Depois mandarei os astronautas colocarem em torno da Terra uma faixa

que terá escrito nela uma nova realidade que agora no mundo encaixa:

O asqueroso reino vegetal, agora e para sempre no planeta Terra jaz.

CAPÍTULO OITO – PLANO EM AÇÃO

Chefinho, que ideia magnífica! Não é à-toa que o senhor é nosso patrão!

começaremos quando chefinho?! O senhor pode gentilmente nos dizer?

Claro que sim! Pra ontem seus energúmenos! Pra ontem! Anda! Vão!

Ai de vocês se por acaso alguma coisa errada com o meu plano acontecer!

Nossa, que calor! Será que estou sendo visitado de novo por algum dragão?

Ah, não! De novo não! Não há outro jeito! Eu tenho que ir lá para ver.

Por Zeus! O portal está em chamas! Quem é o culpado por essa devastação?

A única saída é descobrir o que está acontecendo, arregaçar as mangas e resolver.

A vegetação daqui está morrendo, que droga! Ficaremos sem alimentação!

As águas do Portal também estão aos poucos se evaporando... como conter?

A terra está estéril e assim não teremos meios de fazer a nossa plantação

e as labaredas de fogo a cada segundo só assustadoramente fazem crescer!

Que agonia! As fadas estão sumidas. A quem devo realmente recorrer?

Brinquedos quebrados cheirando gasolina... painéis solares... Como isso veio aparecer?

CAPÍTULO NOVE – A MENTE “GRILANTE”

O fogo é oriundo de alguém que usou da Fada Menina a ingenuidade

dando-lhe brinquedos incendiários e fazendo à ela um bom amigo

Coitada da Fadinha! Deve estar em prantos... Que grande maldade!

Ela deve estar se culpando por deixado o Portal correndo sério perigo.

Infelizmente não dá para ir atrás dela agora. Tenho que escolher prioridade.

Como estou sozinho a prioridade agora não é fazer o papel de amigo

primeiramente tenho que livrar o Portal dessa terrível calamidade

para que todos voltem a ter novamente o seu aconchegante abrigo.

Por ser seu amigo e pelo fato dela me conhecer compreenderá a decisão por mim tomada

se ela tivesse no meu lugar a mesma atitude por ela seria praticada

pois somos seres filantrópicos, humanísticos,solidários e altruístas

A terra só ficou estéril quando a filha de Démeter foi por Hades raptada

e quando ela foi violentamente por deus Netuno/Posiedon importunada

acredito que a minha resposta esteja mesmo numa dessas pistas.

CAPÍTULO DEZ – O PRESUNÇOSO GRILO FALANTE

Grilo Falante vai conversar com o Poseidon/Netuno, o deus do mar,

acreditando que ele tivesse de novo sendo o pivô do apocalipse.

Netuno disse (de fato era) inocente e que pelo menos podia ajudar.

Para saber sobre Ceres o Grilo vai conversando com Netuno usando paralipse.

Ô Grilo Falante, pare de rodeio e de também querer me tapear,

não subestime a minha inteligência; ela não está sob nenhum eclipse.

É verdade! Sobre Démeter não tenho nenhuma idéia de onde ela possa estar.

Vá embora, Grilo, sua presunção se continuar levar-me-á aminha ira ao ápice.

Manda quem pode e quem tem um pingo juízo simplesmente obedece.

Pela conversa e o intuito de ajudar o Grilo, o inseto educadamente agradece

ao deus Netuno e pede ajuda ao seu grande amigo Hermes (o deus mensageiro).

Hermes/Mercúrio fora o deus apropriado para pedir mesmo auxílio,

tanto é que este deus sabia onde Ceres/Démeter fora buscar exílio,

levando - portando - o Grilo Falante até onde a deusa se encontra no local.

CAPÍTULO ONZE – ENCONTRO COM A DEUSA CERES/DÉMETER

Hermes, eu pedi-lhe para não contar e não trazer ninguém aqui.

Desculpe-me, Démeter, mas o Grilo disse para mim que era crucial

Sendo assim fiquei sem jeito de lhe negar o pedido e não resisti

trazendo, portanto, o Grilo Falante até aqui, tirando- o do Portal.

Hermes, limpe bem os seus ouvidos, pois o que falar não vou repeti.

Que seja a primeira e a última vez que você faz isso comigo, tá legal?

Se não levarei você ao conselho dos deuses lá no Olimpo e aí...

Já sei, Démeter, já sei! Acabarei por sua causa me dando mal.

Entra, Grilo Falante, por sua causa acabei levando um imenso pito.

Deixa isso pra lá! Como você imagina, eu também acredito

que ela saiba o porquê de ficar estéril as terras do seu Portal.

Quanto ao fogo, ele fora apagado pelas águas do deus Netuno.

Mil perdões, deusa Démeter, sei que estou sendo inoportuno

porém é meu dever salvar os meus amigos de um castigo fatal.

CAPÍTULO DOZE – CONVERSANDO COM CERES/DÉMETER

Deusa Démeter, o deus Hermes me disse que o deus Poseidon apagou para mim o fogo

que desenfreadamente tomou conta do nosso maravilhoso mundo encantado.

Seria demais importante para nos que a terra tornasse produtiva, por isto lhe rogo

que o Portal não seja, por não ser de fato nossa culpa, pela senhora castigado .

O fogaréu que a senhora viu não foi proposital. A fada Menina entrou nesse jogo

inocentemente. Ela fora usada “como laranja” por alguém muito mal intencionado.

Sabendo que a infertilidade da terra é um castigo seu e conheço a sua justiça logo

peço-lhe que retire a punição do Portal. Faço isso da forma mais humilde: ajoelhado.

A deusa Hera, esposa de Zeus, vendo a sua dúvida em ajudar o Portal ou a sua amiguinha

e que você corajosamente optou ajudar muitas pessoas e não apenas aquela pessoinha

então ela foi lá para confortar a sua querida amiguinha do Portal, a Fada Menina.

Quanto ao eclipse solar imposto por causa das fadas usarem o poder do sol equivocadamente

o deus do sol Febo já o retirou. Conversamos com ele eu e deus Hermes e Febo ficou ciente

que as fadas erraram não por querer e sim que foram usadas por uma mente assassina.

CAPÍTULO TREZE – A MISSÃO DO GRILO

Magnânima deusa, quantas notícias boas a senhora tem me trazido...

Olha que vim aqui apenas com o intuito de que a senhora tivesse compaixão

de nós, contudo mostra-me que tenho sido ajudado pelos meus amigos deuses

e reforçar aquele velho ditado de que quem tem amigo não morre pagão.

Juro por tudo que é mais sagrado que eu estava sim pra lá de desiludido

e vim aqui porque os deuses sabem que eu não entrego os pontos não,

com essas informações boas que até agora tenho pela senhora recebido

dá-me ainda mais força e ânimo em prosseguir firmemente na minha missão.

Tornar a terra fértil é o pedido mais fácil que alguém possa me fazer,

contudo há um outro problema enorme que vou lhe confiar em resolver:

voltar com agricultura e as plantas para o mundo encantado das fadas.

Convide outras amigas para lhe ajudar como a pequenina Joanninha,

Alessandra elementar, formiga da poesia e até a Dona Carochinha,

porque as nossas queridas fadas ainda se encontram traumatizadas.

CAPÍTULO CATORZE – DE VOLTA AO LAR, AGORA ARRUINADO

Chamei um ser especial para ajudá-los consideravelmente em seus labores.

Ela é um ente mágico vindo de longe, das florestas lá pelas bandas da Alemanha.

O nome dessa entidade florestal germânica minha amiga é Elfa das Flores

e ela tem toda capacidade de lhes dar uma ajuda, uma mãozinha tamanha.

Vá, Grilo falante! Vá salvar o mundo encantado com seus colaboradores

e realizar para o nosso bem e sem fracassar essa justa e incrível façanha.

Depois de tudo em ordem vamos atrás dos verdadeiros causadores

e puni-los severamente por praticarem tão horrenda artimanha.

Demorou muito,amigo Grilo Falante, vamos salvar o Portal - disse a Fada das Águas.

Ao ver sua amiga, dos olhos do Grilo descem lágrimas para aliviar suas sentidas mágoas.

Poseidon/netuno deu-me forças para lhe ajudar, amigo, nesse importante momento.

Vamos então, amiga Fada das Águas,arregaçar as mangas e por a mão em obra

vamos sem demora porque infelizmente no momento nenhum tempo nos sobra

e não vejo a hora de deixar o Portal como antes, para o nosso contentamento.

CAPÍTULO QUINZE - O PORTAL NOVO

Elfa das Flores trouxe consigo várias plantas e inúmeras sementes

que foram espalhadas em todo canto pelos pequeninos insetos.

Fada das Águas foi regando e/ou aguando as plantas que contentes

se espalhavam pela terra cheias de alegria e inexplicável divertimento.

O sol reinava soberano no céu, com seus lindos raios deveras reluzentes

e cada gesto dos trabalhadores rurais era carregados de muito afetos;

além da esperança de que todos do Portal estejam felizes e presentes

para ver o local lindo novamente de plantas e de muito verde repletos.

A turminha foi bem competente. Fez um trabalho encantador, divinal,

ficou mais lindo do que antes o tão deslumbrante e mágico Portal

e o Grilo Falante atribuiu o belo milagre a estrangeira Elfa das Flores.

A entidade alemã não aceitou o ônus. Disse que não trabalhou sozinha

e que nunca trabalhara com tão dedicada, alegre e majestosa turminha

alegando que se sentiu orgulhosa com o lhe custou tantos os suores.

CAPÍTULO DEZESSEIS – LAR, ENCANTADO LAR

Graças à magia da Elfa das Flores foram feitas imagens de como está o novo Portal

e ela aproveitou o ensejo e as enviou rapidamente para toda parte do mundo.

As fadinhas do outro lado para as terríveis traumas deram um sonoro tchau

retornando ao local mágico lindas e felizes sem pensar se quer um segundo.

É unânime a opinião de que a nova casa ficou simplesmente sensacional.

Acharam competente a equipe que recuperou o Portal de um jeito tão profundo

que trouxe a todos presentes um agradabilíssimo e ótimo sentimento de alto-astral,

cuja certeza de que toda essa aconchegante harmonia era do Portal agora oriundo.

A Fada Menina chegou ao Portal dos Sonhos e magia num diferente e grande estilo

que causou uma grata surpresa a todos, também ao seu amicíssimo Falante Grilo.

A pueril Fada veio acompanhada de ninguém nada menos do que o deus Hefesto.

Hefesto/Vulcano é o deus do fogo na conhecida mitologia greco-romana.

Ele ensinou a Fada menina a domesticar o fogo, coisa que ela achou bacana

e perdeu o recalque com tudo que lhe acontecera devido a este fantástico gesto.

CAPÍTULO DEZESSETE – O ALGOZ

Dindu Guilinhu, oia qui legau o tiu Vucanu ensinô pá mim!

Tiu Vucanu mi ensinô pa eu fazê mizadi com kalké tipu de fôgu.

Ele dici qui fôgu é igal gatinhu qui a gente tem qui sabê bincar sim

si não ele chuchuca a genti ou tudu qui está pertu da genti lógu, lógu.

Agóia eu sei de tudu pusKê ele mi ispicô tintim pur tintim.

Tiu Vucanu até mi ensinô um joguim com o fôgu. Dipois ti ensinu o jôgu!

Dindu Guilinhu, ta vênu akeli ômi eleganti ali? Estou vendo sim!

Ele ki mi deu us binkedu ki tem fôgu. Vou lá agora, pois assunto importante não prorrogo!

O Grilo pula no ombro do Florentino e vai logo falando: - sou o Grilo Falante,

será que eu poderia conversar com o senhor um pouco neste instante?

Nunca conversei com um grilo, mas tudo bem. Sobre o quê você quer conversar?

Como entender a irresponsabilidade em dar um brinquedo que contém fogo à Fada Menina?

Florentino dá um forte tapa no Grilo e o arremessa bem longe gritando: não me azucrina!

Vendo alteração na voz do chefe, os capangas foram parar perto para o patrão resguardar.

CAPÍTULO DEZOITO - CAI A MÁSCARA

Fadinhas, aquele humano malvado tentou matar o nosso querido amigo Grilo!

Espere um pouco, seres encantados, não é isto que vocês estão erroneamente pensando.

Eu estava aqui no meu sossegado cantinho curtindo a esta linda festa bem tranqüilo

e esse inseto atrevido pula inesperadamente no meu ombro e vai logo me acusando.

Espere um pouco cara! Saiba que este “atrevido” inseto é na verdade o nosso pupilo,

disse com raiva a Fada Arco-Ìris. Outra coisa: qual é o crime que ele está lhe amputando?

Florentino para de falar e pensa consigo mesmo: ih, falei demais! Nossa que vacilo!

Deixem pra lá fadinhas. Tudo não passa de mal entendido, disse Florentino desconversando.

Foi este sujeito que deu os brinquedos incendiários á ingênua Fada Menina

é disso que estou acusando este rapaz! Foi ele quem levou o Portal à ruína.

Abra mão da falsidade, senhor Formiga! Seja homem pelo menos uma vez na vida!

Querem saber de uma coisa?! Você, Grilo Falante, está certo completamente!

Fui eu que causei esse estrago todo, só que vocês repararam o Portal de modo surpreendente,

impendido-me de alcançar a meta por mim há muito tempo planejada e pretendida.

CAPÍTULO DEZENOVE – O PROTETOR DAS PLANTAÇÕES

Basta! Já ouvi o suficiente! O humano acaba de fazer uma terrível confissão!

O que é pior, ele é um réu confesso! Por isso compete a mim a vocês perguntar:

Quem acha que o ser humano deva ser punido levanta convicto a patinha ou a mão

Todos os presentes disseram sim, levantando a pata ou a mão sem pestanejar.

Espera aí! Quem vier encostar em mim vai estar caçando para si confusão.

Insolente! Por acaso você está tendo a petulância de nos amedrontar?

Sim, Fada Arco-Íris, meus homens estão armados. Sou o dono da situação.

Agora vou dar a todos um conselho: não queiram, portanto, me contrariar!

Fada Arco –Íris, se me permitir darei um jeito nesse arrogante sujeitinho.

Fique à vontade Elfa das Flores! A entidade nórdica transformou os capangas em cercadinhos

Pronto! As plantinhas neném estarão protegidas agora e crescerão em paz.

As armas no chão, os cercadinhos em vez de capanga, Florentino fica com cara de paspalho.

Agora é sua vez senhor Formiga. O vilão foi transformado num horrendo espantalho

livrando as plantações de qualquer aves ou roedores detentores de uma fome voraz.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 03/06/2010
Reeditado em 05/06/2010
Código do texto: T2298051