MENINA E MOÇA
Margarida não quer mais ser menina,
pois ganhou corpo de mulher já feita.
Aos sete, pretendeu ser bailarina,
mas, hoje, linda, sempre mais se enfeita;
quer tornar-se modelo a mais perfeita
– sem qualquer silicone em sua sina.
Menina e moça, aos doze, a Margarida
tão se veste com tanta boniteza,
que às paqueras dos moços luz à vida,
expondo a sua juvenil beleza
de garota gentil, bastante acesa
– no conceito de todos tão querida.
Adentrada na infância, delirante,
essa “mina” promete que mais brilha
nos estudos, à vez de ir-se avante.
Para os pais, faz modelo de uma filha
exemplar, solidária, maravilha
– uma flor de menina debutante.
Fort., 28/04/2010.