A MENINA E A BONECA
Minha boneca era de pano
Recheada com fubá,
Na janela esquecida
Caiu com o vento acolá.
A porquinha chamada Tõinha
Gordinha que só vendo,
Olhou de soslaio pra ela
A cheirou e foi comendo.
Procurei minha boneca
Aos gritos e desesperada,
Vi a boca da Tõinha
Suja e amarelada.
Olhei embaixo do assoalho
Fechei o zoim e chorei,
Lá estavam os restinhos
Do vestidinho que mamãe fez.
Abracei o que sobrou
Magoada e com razão,
Enterrei o seu restinho
No fundo do coração.
(Homenagem as bonecas e bonecos que pensam e choram, violentados no mundo)