BOLAS DE SABÃO

Passava o dia inteiro,

Menino travesso e arteiro,

Correndo pelo terreiro,

Sendo seu companheiro

Um forte e belo cão,

Atrás das bolas de sabão.

 

Transparentes como seu olhar,

Explodiam ao chegar ao chão

Ou com a patada do cão

As bolas irisadas de sabão

Que emocionavam o menino

Da alma ao coração.

 

Sonhava acordado.

As bolas subindo, subindo...

Às vezes ficava pensativo.

Quem sabe pedia a Deus

Que nunca findasse a distração

De espalhar pelo ar

As irisadas bolas de sabão.

 

E como num sonho, de repente,

O menino, homem agora,

Já não corria com seu cão.

Viu, de si, evaporada a infância.

Contava moedas, vida dura,

Mas chorava de emoção

Ao ver um menino e um cão

Correndo atrás de bolas de sabão.

 

17/04/10

 

(Maria Hilda de J. Alão)