Insetos e infância
Insetos e infância
Lá vai uma formiguinha,
Com uma folha no cangote,
Como sofre a pequenina,
Carregando uma folhinha,
Para alimentar a sua rainha.
Lá vai o gafanhoto aos saltos, comilão,
Pulando na relva verde,
Assustando a joaninha,
Que voa silenciosamente,
Caçando o feioso Pulgão.
Lá vai o piolho de cobra,
Deslocando como um trem,
Fazendo um rolo engraçado,
Se contorcendo, se escondendo,
Ao toque de uma mão.
Lá vai a baratinha correndo desesperada,
Ziguezagueando pelo pátio,
Tentando se esconder,
Fugindo amedrontada,
De uma bela chinelada.
La vai a taturana preta,
Asquerosa irritada,
Comendo toda a roseira,
Esperando paciente,
Transformar-se em borboleta.
Lá se vão vão meus sonhos dourados,
Fantasias de marchê,
Aquarelas pinceladas,
Fábulas, fadas, tesouros,
E os insetos pequeninos,
Que hoje se escondem de mim.
Guilhermino, 05/03/2010.