A Bia ama o que tem,
Ama até o que deseja ganhar
No seu próximo aniversário.
A Bia tem uma bicicleta Cecisinha,
Tem bichos de pelúcia – inclusive
Do Mac lanche feliz –
Tem Barbie e Susi e a Bia também tem
Uma bonequinha velha chamada Bibi.
Bibi é velha, é encardida.
Bibi é uma mescla de pano e plástico,
É simples. Simples como
Casa de fazenda.
A mãe de Bia a levou para passear
E Bia levou junto a sua Bibi.
Mas o destino cruel que não poupa
Nem mesmo a inocência deu seu golpe:
- Bia perdeu a Bibi na multidão.
Bia voltou chorosa, voltou triste em soluços.
O coraçãozinho partido gemia e comovia.
O pai da Bia lhe deu outra boneca bem novinha,
Bem bonita bem moderna e bem real:
- anda, fala, canta faz expressões...
A Bia voltou a sorrir, ficou contente
E contente ficaram todos que a amavam.
Mas... O dia passou, a noite veio
A hora de dormir chegou.
Deitada na sua caminha rosa,
No silêncio da noite – quando todas
As mentes buscam respostas –
A Bia com uma lágrima na garganta
Perguntou: - mamãe, e a minha Bibi?!
Cadê a minha Bibi mamãe?
A mãe de Bia sentiu o coração sangrar.
Olhos cheios de águas.
A menina ficou triste.
O dia amanheceu. Juntaram os amigos
Da família e em grande mutirão saíram
Em busca da Bibi. Percorreram muitos caminhos
Até que encontraram a bonequinha. Houve festa.
Houve festa na rua, houve festa na casa,
Houve festa no coração de Bia que voltou a sorrir.
Todos os dias a Bia brinca com a Tetê
O dia todo. Mas na hora de dormir
Quem repousa nos seus braços
E fica colada a sua face de anjo
É a Bibi.