À BEIRA DA EXTINÇÃO

Na lagoa da Boinha, onde aves e bichinhos vão banhar-se; ela e cercada de muitas flores e árvores.

Num domingo de verão estava tomando banho cinco patinhos, dois marrecos d’agua, (bastante difícil de encontrar), dois sapinhos e uma águia que voava, cortando o lindo espaço da lagoa.

O sol muito quente e um calor escaldante!

Nesse momento aproxima um mico, que preferiu ficar á sombra de uma grande jaqueira, notava-se que ele estava com medo da água.

De vez em quando vários peixinhos pulavam, mostravam rara beleza pelo reflexo do sol que batia no cardume, muitos peixinhos chegavam pular, quase meio metro, fazendo barulho quando caiam na água.

Chegou também o papagaio, e já fazendo barulho:

- Olá, Olá, quem vai, em mim, votar, quero ser deputado, eu preciso ter poder.

O macaquinho fez sinal para bicharada: - eu não voto nele, apesar de ter as cores do nosso Brasil, não confio nesse papagaio e ele gosta de aparecer.

Os sapinhos também pularam, afirmando não votarem:

- Quá! quá! quá! arranje outra função, que não precisa de votos, replicaram os patinhos.

O papagaio bateu as asas, cantou uma música de Igreja, arregalou os olhos redondos e gritou:

- Há! Já, sei, quero ser Deus!

A águia que voava bem baixinho ouviu as bobagens do papagaio e pousou bem próximo a ele, os sapinhos, os patinhos, o macaquinho juntos com aquele mar de peixinhos, deram uma risada e em coro entoaram:

- Deus só existe um!

Alguns meses depois, um marreco d’agua ficou doente, teve uma gripe causando forte infecção respiratória, mas mesmo assim não era o único marreco com remota chances de sobrevivência, a pouca água da lagoa colocou essas avezinhas na lista das espécies ameaçadas, além disso, essa ave estava desaparecendo, pois era levada para ser vendida na feira livre por caçadores equipados com arapucas, assim sendo estava ameaçada para sobrevivência.

A vida, dos animaizinhos que freqüentam a lagoa parece tranqüila, mesmo assim, eles ficam com antena ligada nos caçadores.

Existe mais vida na lagoa em época de chuvas, pois recebe menos visita do bicho homem.

Certa ocasião, ficou dez meses sem chover, coitado do marreco d’agua! quase ficou à beira da extinção.