O Pequeno Bruxo Infeliz

O Pequeno Bruxo Infeliz

Lá longe, numa colina das montanhas zangadas, vivia um casal de bruxos feiticeiros.

Mikas e Petros os nomes daqueles feiticeiros velozes, que sorriam para todos e enfrentavam os bruxos ferozes.

Eles eram felizes porque sim, namoriscavam muito ou em casa ou no jardim, mas faltava algo, cá para mim.

A Mikas muito contente decidiu dar ao marido um lindo presente. Não era uma rosa negra, nem um lírio cinzento, era um pequeno, amável e doce rebento. Não era de planta não, porque aquele tinha coração.

O Petros com tanta alegria esvoaçou na sua magia e a Mikas bem animada estava maravilhada.

- Um bebé eu vou ter, um bebé eu vou ter, e ninguém mais que ele, a mim se irá parecer. – Gritava o Petros orgulhoso.

Mas os bruxos ferozes não gostavam de ver ninguém feliz, e assim que o bebé nasceu, era um enfeitiçado petiz.

Os ferozes bem malvados, lançaram um feitiço impiedoso, transformaram o recém-nascido num ser triste e desgostoso.

Os anos foram passando e a criança não sorria, os seus pais entristeceram e abandonaram a magia.

O Pequeno Bruxo, sim, era este o seu nome, dormia todo o dia e não satisfazia a fome. Era rude e persistente, e não tomava os medicamentos quando estava doente.

- Não gosto de medicamentos, são fracas invenções, se eu os tivesse feito, dariam melhores soluções. – esclarecia o bruxinho.

Os seus pais queriam que ele fosse alegre e divertido, mas os bruxos ferozes tinham-nos impedido.

Chegava a noite de Halloween ao cume das montanhas zangadas, a noite em que as coisas ficam descomplexadas.

O Pequeno Bruxo saiu sozinho pela colina, casmurro e maldisposto atravessou a neblina. Quem o viu ficou perplexo, eu diria assombrado, pois o pequeno bruxo foi muito mal-educado.

- Olá Pequeno Bruxo, hoje vens só, queres que te faça companhia? – Interpelou o jovem Feiticeiro da Ribeira, mas o Pequeno Bruxo respondeu de qualquer maneira.

- Não quero a tua companhia para nada, se te atreveres a acompanhar-me, transformo-te numa fada.

O Pequeno Bruxo continuou e encontrou a Velha Bruxa do Monte que lhe perguntou:

- Olá Pequeno Bruxo, queres que te ensine uma receita mágica?

- É melhor não, pois velha como és, cairias no caldeirão. – Respondia atrevido, o Pequeno Bruxo aborrecido.

Só faltava agora surgir-lhe o Carteiro Caveirão, que lhe perguntou, estendendo-lhe a mão:

- Olha quem é ele! Pequeno Bruxo, meu jovem feiticeiro, conta-me o que fazes por este carreiro?

- Não te conto não, bisbilhoteiro como és, contarás a toda gente. Ora, ora, sai da minha frente.

Sempre irritado lá continuou, encontrou a sua amada e então parou. Era a bruxinha Lolita, uma bruxa encantada e muito bonita.

- Olá Pequeno Bruxo, vieste visitar-me?

O Pequeno Bruxo gostava muito da Lolita, ia para responder bem, mas não conseguiu, e saiu-lhe a cem:

- Achas que sim? Não gosto de falar, e o que tens tu que me faça despertar? Não me faças mais perguntas, deixa-me passar.

A bruxinha Lolita ficou tão tristonha que chorou ali mesmo, sem medo, nem vergonha.

Ao vê-la a chorar, o Pequeno Bruxo deprimido, ficou bastante arrependido. Mas não conseguia pedir desculpa, porque o feitiço dos bruxos ferozes, era duro, mais do que nozes.

Ele ficou tão chateado que atravessou a ponte dos ossos para o outro lado. E o outro lado era bem perigoso, viviam lá os bruxos ferozes e o Feiticeiro Majestoso.

Mas o Pequeno Bruxo, não tinha medo não, estava preparado para meter-se em confusão.

Os bruxos ferozes deram conta da sua presença e avisaram o Feiticeiro Majestoso que ele entrara sem licença.

Pegaram nele com força e levaram-no ao feiticeiro, mas nem por isso ele ficou com receio.

- Larguem-me bruxos malvados, por tudo o que fizeram serão condenados. – Contestava ele tentando soltar-se.

- Fui eu quem mandou lançar o feitiço em ti, acabou-se a alegria e eu venci. – Orgulhava-se o Feiticeiro Majestoso.

- Ai sim? Foste tu? Pois espero que cresça uma abóbora no lugar da tua cabeça e duas vassouras no lugar dos teus braços, varrerás todo o mal que fizeste e com o teu aspecto engraçado, tudo será mais animado.

No dia de Halloween todas as vontades eram cumpridas no reino dos ferozes, e as palavras do Pequeno Bruxo foram ouvidas pelas mágicas vozes.

O Feiticeiro majestoso transformou-se, ficou com uma cabeça de abóbora e dois braços vassouras, estava tão engraçado, que o Pequeno Bruxo riu tanto… até caiu para o lado.

Juntaram-se ao Pequeno Bruxo, todos os bruxos ferozes, que agora tinham-se transformado, já não eram maus, eram felizes e engraçados.

A noite aqueceu, cheirava a felicidade, as montanhas já não estavam zangadas, e brindavam à amizade.

O Pequeno Bruxo pediu desculpa à bruxinha Lolita e deu-lhe um presente, era um coração vermelho e muito reluzente.

A bruxinha Lolita deu um pulo de alegria, abraçou o Pequeno Bruxo e falou em tom de magia.

- Neste reino de fantasias e magias sem fim, daremos as mãos e seremos assim:

O Pequeno Bruxo continuou:

- Sorriremos para todos, seremos amigos a valer, daremos brilho ao sol quando estiver a chover. Viva a felicidade! Viva as montanhas da amizade!

E todos gritaram VIVA com energia, terminava agora a noite para dar lugar ao dia.

Tinha sido um halloween divertido, como há muito não se via, bastou a alegria e a amizade com um toque de magia.

Mikas e Petros, felizes outra vez, tinham algo a dizer;

Iam ter outro bebé, não havia nada a temer.

O Pequeno Bruxo ficou com um ar sorridente e gritou para todos:

- Sou um Bruxo Contente!

FIM

Lacrima D'Oro

Lacrima Doro
Enviado por Lacrima Doro em 01/11/2009
Código do texto: T1898528
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