A CURUJINHA
No pátio do colégio apareceu,
Uma curujinha igrejeira.
O grupo se enterneceu,
Pelo modo simples da faceira.
Seu olhar observador,
Parecia displicente.
Quando o povo curtidor,
Fazia-lhe festa, bem contente.
É o símbolo da sabedoria.
Disseram os gregos sobre a ave,
Boa inspiração os teve um dia,
À habitante do oco da árvore.
Representa o saber filosófico,
A teoria pura, a ciência abstrata.
O homem, às vezes, não é lógico,
Ela, rasga a noite, e não nos maltrata.
Da noite, é a senhora,
Enxerga bem no escuro.
Onde o sujeito natural não explora,
O problema diário obscuro.
Uns a chamam de azarenta,
Por seu piar e esvoaçar.
Porém o azar não lhe agüenta,
É pura crendice popular.
O macho, da fêmea se aproxima.
Nas garras, uma presa traz.
Se ela, com o presente, se anima,
O acasalamento, satisfaz.
Um nome seria bom dar,
A essa criaturinha de estimação.
Que veio para conquistar,
O colégio, com sua afeição.
A garotada se entusiasmou,
Com o amor da curujinha.
Prá casa quase a levou,
Prá dela receber, o olhar de carinho.