A CURUJINHA

No pátio do colégio apareceu,

Uma curujinha igrejeira.

O grupo se enterneceu,

Pelo modo simples da faceira.

Seu olhar observador,

Parecia displicente.

Quando o povo curtidor,

Fazia-lhe festa, bem contente.

É o símbolo da sabedoria.

Disseram os gregos sobre a ave,

Boa inspiração os teve um dia,

À habitante do oco da árvore.

Representa o saber filosófico,

A teoria pura, a ciência abstrata.

O homem, às vezes, não é lógico,

Ela, rasga a noite, e não nos maltrata.

Da noite, é a senhora,

Enxerga bem no escuro.

Onde o sujeito natural não explora,

O problema diário obscuro.

Uns a chamam de azarenta,

Por seu piar e esvoaçar.

Porém o azar não lhe agüenta,

É pura crendice popular.

O macho, da fêmea se aproxima.

Nas garras, uma presa traz.

Se ela, com o presente, se anima,

O acasalamento, satisfaz.

Um nome seria bom dar,

A essa criaturinha de estimação.

Que veio para conquistar,

O colégio, com sua afeição.

A garotada se entusiasmou,

Com o amor da curujinha.

Prá casa quase a levou,

Prá dela receber, o olhar de carinho.

Tunin
Enviado por Tunin em 29/10/2009
Reeditado em 30/10/2009
Código do texto: T1893729