CINDERELA

Conheço uma moça

Que por uma noite apenas

Sentiu-se Cinderela

Ao encontrar seu mecenas

Na figura da madrinha

Que dela se lembrou

E dois convites para o baile

Tarde da noite levou.

Inebriada, a moça

Célere se aprumou

Maquilagem, penteado

Num instante se ajeitou.

Passou a camisa

Do marido que já dormia

E como Borralheira,

Entregou-se à fantasia!

Abóbora não havia

Que em carruagem se tornasse

Mas um carro na garagem

Fez com que se apressasse

E chegasse a tempo

De ouvir a tarantela

Da festa, antes que acabasse.

E ela dançou, encantada

Com a orquestra que tocava,

E lhe trazia ao coração

Recordações que pensava

Nunca mais ver afloradas

Em meio a tanta provação.

Não houve príncipe desta vez,

E ela foi dormir maravilhada

Por ter podido viver um sonho

De uma noite inesperada.

O príncipe não foi à festa,

Mas a fada-madrinha, de verdade

Fez com que o sonho

Pudesse ser realidade!