Miloca Tetéia

MILOCA TETÉIA

Era uma vez... As estórias não começam sempre assim?

Uma tartaruguinha que caminhava sozinha em sua vida. Muito curiosa muito inquieta na sua busca perseverante de algo que não sabia definir.

Em suas costas, ou seja, em seu casco, possuía um castelo muito bonito e cheio de aposentos, muito bem cuidado e que ela carregava com muito orgulho.

Achava-se muito bonita e gostava dos sentimentos que despertava nas pessoas, nos animais e nas plantas que encontrava no caminho.

Todos lhe faziam muitas perguntas, queriam explicações, enfim... Tudo isso faziam com que a tartaruguinha prosseguisse e se sentisse muito importante na vida.

Vocês sabem era o nome dessa tartaruguinha? Ela se chama Miloca Tetéia e ai de quem não pronunciá-lo corretamente, nunca por apelido ou só por um dos seus nomes!

Certo dia Miloca Tetéia conheceu Uma nova amiga muito interessante, uma coelhinha branquinha, chamada Lilita e logo ficaram muito, mas muito amigas mesmo! E a tartaruguinha decidiu que abriria o seu coraçãozinho: contaria seu segredo para Lilita, que por sua vez sentou-se e ouviu atentamente.

Miloca Tetéia foi relembrando aquela manhã ensolarada e o jardim onde morava. Era cheio de florzinhas amarelas, vermelhas, azuis cor-de-rosa, etc.etc.etc... Havia abelhinhas apressadas recolhendo polem e néctar das flores para a produção do mel e da geléia real numa arvore próxima.

Os beija-flores bailavam suavemente entre as borboletas saltitantes. Os passarinhos cantavam sem parar e, no riacho de águas claras, os peixinhos nadavam em bandos...

Miloca Tetéia lembrou também os seus pais e seus irmãos e a vida animada que levavam apesar das pequenas brigas...

Sempre foi muito curiosa e naquele dia, tinha acordado com muita energia. Beijou sua mãe e seu pai e logo saiu para suas pesquisas científicas no jardim.

Encontrou primeiro um grilo e passou a segui-lo, perguntando o nome dele.

_ Cri Cri!

Mas Miloca não entendia que isso era uma resposta e novamente repetia a pergunta. A cena era muito engraçada. O grilo pulava e parava, olhando para ver quem estava seguindo seus passos e, não dava outra... Lá estava à tartaruguinha bem atrás dele e quando ela quase o alcançava, novamente o grilo pulava...

Foi assim por um bom tempo, até que o grilo se escondeu atrás de uma pedra redonda que brilhava quando a luz do sol conseguia atravessar as folhas da árvore.

Miloca Tetéia ficou intrigada, porque nunca tinha visto aquela pedra no jardim. Logo ficou imaginando que poderia ser uma pedra mágica ou com poderes especiais... Ou ainda, algum fragmento de meteoro vindo de outro planeta...

Como adorava decifrar charadas, adivinhar o final das histórias que lia, dos filmes a que assistia, começou a pensar bem concentrada.

E vocês, pequenos e grandes leitores, já conseguem imaginar o que aconteceu?

Miloca Tetéia chegou bem devagarzinho e ficou observando a pedra de forma minuciosa e, de repente ouviu uma vozinha sussurrando:

- Por favor, bondosa amiga, me ajude! Fiquei presa sob esta pedra e preciso que alguém me liberte.

No primeiro momento Miloca Tetéia se assustou. No segundo, duvidou até que houvesse escutado uma voz e, antes que o terceiro chegasse, a voz continuou pedindo ajuda e aí a tartaruguinha não pestanejou e com sua patinha empurrou a pedra.

-Ufa! Puf! Puf! Como é pesada! E continuou a empurrar a pedra até conseguir vira-la e depois, espantada, viu a pedra ficar azul,depois vermelha e voltar a ser uma pedra como todas as outras.Mas, Miloca Tetéia percebeu que havia algo que se mexia dentro de um pequeno buraco que estava tampado pela estranha pedra.

Apareceram duas anteninhas com estrelinhas azuis em cada uma delas depois o cabelinho bem pretinho e um rostinho adorável. Os olhos bem pretos e uma boquinha que mais parecia um coraçãozinho vermelho! Era uma fadinha tão delicada e ao mesmo tempo tão decidida, que impressionou a tartaruguinha.

Foi logo agradecendo a Miloca Tetéia e lhe dizendo que fora aprisionada por um besouro malvado que obviamente não aceitara, pois o achara muito esquisito e sem jeito...

Disse que seu nome era Azul e Miloca Tetéia achou muito engraçado e ficou rindo, até que a fadinha ficou azul de raiva diante dos olhos surpresos da tartaruguinha, que pôde até entender o motivo de alguém ter o nome de uma cor.

Azul falou que Miloca Tetéia poderia fazer um único pedido a ela e que seria atendida fosse qual fosse o seu desejo, porque a natureza estava agradecida pelo gesto generoso dela. A tartaruga,pensou, pensou... Até decidir pela realização de um sonho que tinha acalentado por muito tempo. E falou:

-Desejo que meu casco seja um castelo bem lindo, bem aconchegante.

Para que me abrigue nos dias de chuva e durante o inverno, nas noites frias, etc.

Azul fechou seus olhinhos e suas anteninhas brilharam como néon e num passe de mágica,o castelo apareceu sobre o casco de Miloca que não sabia se agradecia,ria ou chorava de tanta emoção ou se admirava e curtia o presente... Quando foi olhar para Azul, puf! Ela sumiu em meio a varias estrelinhas que brilhavam.

A tartaruguinha muito feliz voltou para casa e mostrou para os pais e irmãos o seu presente e contando o que acontecera mas ,ninguém acreditava... Somente os olhares ternos da sua mãe e o abraço do pai compartilhavam a sua emoção e alegria. Já seus irmãos começaram a chacotear e saíram para o jardim em busca da fadinha.

Miloca jamais voltou a encontrar Azul, porém, em seu pensamento e com eterna gratidão, ela passou a existir dentro do seu coraçãozinho que batia acelerado. No fundo de sua alma, acreditava e mantinha acesa a esperança de reencontrá-la... E, por isso iniciou uma viagem fora do seu jardim, na grande aventura de conhecer o seu planeta, durasse quanto tempo fosse preciso.

A tartaruguinha, depois de contar o que acontecera para sua nova amiguinha Lilita a coelhinha, ficou com mais saudade ainda de Azul e suspirou:

_Ai, ai...

Lilita muito sapeca e barulhenta começou a bater suas patinhas impacientemente até que contou para a Miloca que tinha visto Azul, dias antes, perto da cachoeira.

Imaginem vocês a alegria de Miloca!

Imediatamente as duas foram para a cachoeira e por ali ficaram, acreditando numa frase que diz: "Nada acontece por acaso".

Caminharam tanto, chamaram tanto pela fadinha, vasculharam cada cantinho e ficaram tão cansadinhas que adormeceram numa moita de capim.

Ao amanhecer, outro dia ensolarado foi surgindo e o orvalho foi caindo suavemente como gotas de diamantes sobre Miloca e Lilita que logo acordaram. As duas amigas começaram a se espreguiçar e sabe quem estava diante delas, dentro de uma flor, rindo a valer?Isso mesmo, a fadinha Azul!Haja coração para tanta emoção!

A fadinha Azul, Miloca Tetéia e Lilita conversaram sobre tudo o que quiseram e, de repente prestaram atenção em nós leitores!!!Olharam para cada um de nós e nos fizeram dois pedidos:

Primeiro Pedido: imaginar, criar e inventar a continuação desta estória, do jeito que puderem e quiserem!

Segundo pedido: imaginar, criar e inventar outras estórias, outros personagens, outros trabalhos ligados à arte (musica, pintura, teatro, dança, escultura em argila, madeira, sucatas, etc.).

A arte é o que nos faz feliz.

A arte é o que dá significado as nossas vidas.

Finalmente, é através da arte que conseguimos expressar o significado que descobrimos para nossas vidas.

E agora, mãos à obra!

Muitos abraços carinhosos a todos vocês!

Sejam felizes!

Anna Ysabel

junho de 1990

P.S.: Caso queiram me escrever sobre qualquer parte desta estória, ou

sobre as novas aventuras dos personagens, saibam que ficarei muito feliz .

Assumo o compromisso de responder cada um dos e-mails que receber.

Meu e-mail: mipx@uol.com.br

Anna Ysabel
Enviado por Anna Ysabel em 30/09/2009
Código do texto: T1839867
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.