Fofocas
A foca que faz fofoca
e anda de banda,
pediu emprestado ao leopardo
dinheiro do ouriço-caixeiro.
Convidou o gigante elefante
para jantar no restaurante.
Sentou-se em frente à serpente
e ao lado do dourado,
pagou café para o jacaré,
refrigerante para o elefante,
licor para o castor.
Pediu ao golfinho que servisse vinho
e um quindim para o pingüim.
A foca que faz fofoca
e fala mal de qualquer animal
disse que o corvo é um estorvo,
que tem má cara a arara,
o tubarão é falastrão
e anda jururu o urubu.
Também diz que a perdiz
anda doente e infeliz
querendo a separação do perdigão
por intrigas de umas formigas.
Para a cadela, deu uma piscadela
e torceu o focinho para o porco-espinho.
O elefante, que além de gigante,
não é fofoqueiro como o colhereiro,
saiu dali com o lambari.
A serpente, que de repente,
queixou-se de dor de dente,
saiu de carreira com a toupeira.
O dourado mal humorado ficou calado
fez um sinal para o pardal
de que esperasse na portaria
e saíram juntos com a cotia.
O jacaré se pos de pé e, embaraçado,
desculpou-se com o veado
que saiu calado e preocupado.
O castor falou da dor
que andava sentindo e sorrindo,
calçou as luvas e se foi de braço
com as saúvas.
O golfinho saiu de fininho
e o pingüim lembrou-se enfim
de um compromisso com o ouriço.
A pardaloca olhou para a foca
fechou a cara chamou o corvo
e juntos com a arara foram para o salão
como camarão, o tubarão e o camaleão.
O urubu chamou o perdigão e a perdiz
para comerem empadão com suco de caju,
chimarrão e bala de anis.
Foram bater papo com o lagarto,
o pato, o sapo e o macaco.
A formiga e cadela
viram o porco-espinho pela janela
e foram juntas pelo caminho.
A foca que anda de banda, faz fofoca
e fala mal de qualquer animal,
para desgosto do jumento
ficou sozinha no estabelecimento.