AS CHAVES MÁGICAS
Clara Marina era uma menina distraída e malandrinha que não se importava muito em agradecer, pedir desculpas, pedir por favor e pedir licença, nem cumprimentar as pessoas quando passava por elas.
Também era muito curiosa e gostava de ler tudo que via à frente. Achou, certa noite, um livro com uma história sobre palavras mágicas. Ficou animadíssima e logo pensou que encontraria uma lista enorme de palavras que pudessem fazer mágicas trazendo-lhe tudo o que gostava: brinquedo, doce, bombom, sorvete, hummm! Mas, não era bem isso não! A história falava do valor mágico que têm as palavras “obrigado”, “desculpa”, “por favor”, “com licença”, “parabéns”. Comentava sobre a importância de se dar um “bom dia”, uma “boa tarde” e uma “boa noite”, até mesmo para o Papai do Céu. Depois de um bom dia, somente alegria; após uma boa tarde, muita satisfação, e seguida de uma boa noite, total harmonia. No final, contava que tais palavras eram como chaves mágicas feitas, para viver bem no universo das pessoas.
Ainda lendo a história, Clara Marina adormeceu. Sonhou que estava num lugar escuro onde as pessoas não sorriam, quase não se olhavam, pouco se falavam. Na escola, tudo se fazia com muita restrição e uma rígida disciplina. Ordens, pedidos grosseiros, caras amarradas, olhares secos... Quando se viu dentro deste mundo sem cor, sentou-se no chão e começou a chorar: “Não quero ficar mais aqui, quero minha mãe...”.
Neste momento, um pássaro dourado passou, deixou cair 7 chaves douradas e gritou: “use-as”. Intrigada, pegou as chaves e olhou uma por uma. Ficou surpresa e as guardou.
No dia seguinte, ao acordar, rapidamente o sonho repassou em sua memória. Sentou-se na cama, fechou os olhos e disse: “Bom dia Papai do céu. Obrigada por tudo!”.
Em seguida, correu para a cozinha e encontrou sua mãe. Com um sorriso largo disse: “bom dia!”. Sua mãe ficou surpresa, pois, na maioria das vezes, quando Clara Marina levantava, nem um oi falava.
Chegou à escola, cumprimentou seus amigos e a professora. Usou e abusou das palavras mágicas. A professora ficou contente com sua atitude. E, assim, prosseguiu seu dia.
Ao anoitecer estava satisfeita por ter passado um dia alegre e diferente e por ter feito algo que estava ao seu alcance. Não recebeu nenhum brinquedo, nem doce, nem bombom, mas muitos sorrisos.
De agora em diante, Clara Marina decidiu usar as chaves mágicas, que abrem as portas para uma Vida certamente mais agradável e feliz.
Parece besteira
mas se você perceber,
vai ver
que sem essas palavras,
totalmente bem você não vai viver.
• Com licença, não deixe você também de usar as palavrinhas mágicas.
• Por favor, ao fechar este livro não se esqueça de mim.
• Muito obrigada pela sua atenção
• Até logo e parabéns!
História do livro "As Chaves Mágicas" que foi publicado em 2005. Este livro já está na sua 2ª edição.