AS FORMIGAS

AS FORMIGAS

No vai e vem incessante

Da colônia ao alimento

Não pára um só instante

De armazenar seu sustento

A formiguinha apressada

Labuta de sol a sol

Nunca se mostra cansada

-Renova-se ao arrebol !

Trabalha todos os dias

Numa luta desigual

Carregando às porfias

Peso desproporcional

Seu mundo corporativo

Regido com tal mestria

Que trabalho é lenitivo

E esforço, serventia

Labutam de madrugada

Até o sol se esconder

Conduta privilegiada

Da ciência e do saber

São obreiras dedicadas,

Pequeninos elefantes

Estão sempre atarefadas

Vivem felizes, contentes.

Em colônias organizadas

Com soldados e rainhas

São por estas recrutadas

Sem sermões ou ladainhas

Quando saem em revoadas

Novo ciclo recomeça

Buscando outras moradas

Nova colônia começa.

E nesse vai e vem repetido

Não deixam faltar sustento

Quer no inverno temido,

Faça chuva, ou faça vento

A cigarra, enquanto isso

Que cantou todo o verão,

No inverno perde o viço

-Sua tulha, sem um grão.

São Paulo, 31/05/2006

Armando A. C. Garcia

Site: www.usinadeletras.com.br

E-mail: armandoacgarcia@ibest.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 01/06/2006
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