TEM FANTASMA NA BIBLIOTECA

Aquele instante burburinho no ar

Tanto quanto de ternura

Cumplicidade infantil

Um pouco de travessura

Irreverências no coração

Lobato, vermelho a ler

Espalhado pelo chão

Feito Rama do saber

Entoando um apelo

- não me deixe assim tão só

Abandonado aos grilhões do descaso

Servindo de alimento ao pó

Sonho e curiosidade

Faz-nos pensar

O que está atrás dessa atividade

Isso em branco não pode passar

Que mensagem

Há nas entrelinhas

Do som daquele riso

Do toque daqueles passos

Da melodia daquele olhar

Da textura daquela pele trigueira

Cheia de um andar faceiro

Que encanta pela vivacidade

Pena que no fim foi

Delatada pelo

Falta de teor poético

Que a levou em prantos

Confirmar o desencanto

Que havia fantasma

Na biblioteca.

Angeluar
Enviado por Angeluar em 26/06/2009
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