TEM FANTASMA NA BIBLIOTECA
Aquele instante burburinho no ar
Tanto quanto de ternura
Cumplicidade infantil
Um pouco de travessura
Irreverências no coração
Lobato, vermelho a ler
Espalhado pelo chão
Feito Rama do saber
Entoando um apelo
- não me deixe assim tão só
Abandonado aos grilhões do descaso
Servindo de alimento ao pó
Sonho e curiosidade
Faz-nos pensar
O que está atrás dessa atividade
Isso em branco não pode passar
Que mensagem
Há nas entrelinhas
Do som daquele riso
Do toque daqueles passos
Da melodia daquele olhar
Da textura daquela pele trigueira
Cheia de um andar faceiro
Que encanta pela vivacidade
Pena que no fim foi
Delatada pelo
Falta de teor poético
Que a levou em prantos
Confirmar o desencanto
Que havia fantasma
Na biblioteca.