O "fantasminha" da caixa de papelão(conto)
 
 Pituxa era uma cadelinha de rua, branquinha de orelhas marrom, pêlo longo,tão miudinha que mais parecia cadela bebê.Apareceu por acaso na rua, ninguém sabia quem a deixou ali. A vizinhança, devido já ter seus cães grandes, não podia adotá-la. Porém ,colaborava e cuidava para nada lhe faltar.
         Pituxa tinha casinha de caixote , cobertor para se aquecer no inverno, vasilhas dágua e comida...O pessoal da rua reversava nos cuidados, na alimentação e quando era preciso vacina, alguém a levava no veterinário Só que no primeiro cio, acidentalmente engravidou ,nem deu tempo de castrá-la, pois ela não tinha idade suficiente para isso, foi um sufoco para os vizinhos... Como cuidar de uma nova cria, mais trabalho.
 
 Pituxa era querida, não podia ser deixada de lado, sozinha em “maus lençóis”. Foi amparada por uma família recém-chegada na rua, que se recusava ter animais no seu quintal, por motivo de ter uma menina, a pequena Isadora ,alérgica a pêlo de animais.Mesmo contra à vontade, aceitou, para alegria da Isadora de seis anos. Sobre a recomendação da mãe, dela não se aproximar muito perto, brincar mais de longe.A menina Isadora brincava de correr, de esconde esconde, queria abraçá-la, sua mãe a tinha proibido.
 
 Nasceu os filhotinhos da Pituxa, eram quatro, dois pretinhos e dois branquinhos, a rua inteira alegrou-se com a vinda dos cachorrinhos, trataram logo de arrumar adoção a eles.
Cresciam saudáveis e brincalhões., até que um dia, já com o mês de vida, a menina deu falta de um deles, abriu a boca a chorar, fez um escândalo. Ninguém viu, ninguém pegou.
 Chega à noite, Isadora tristinha e chorosa, seus pais a consolava e ela nada, lamentava e dizia-
 
        Mamãe quem fez essa maldade de raptar um bebê cachorrinho, nem desmamou direito!
 A mãe respondia: _ Filha durma, amanhã procuraremos , quem sabe ele não passou por baixo da cerca, durma.
 
    Isadora ficou pensando, virava na sua caminha pra lá e pra cá, quando escutou um barulho no quintal, era noite de lua, ela correu para a janela, jura que viu, uma caixa de papelão andando sozinha, esfregou os olhinhos para ver se não estava sonhando.
 Gritou pela mãe, mãe e pai correram, achando que ela tinha dormido e estava tendo um pesadelo.,. Mas não, Isadora estava na janela gritando e apontando para a caixa de papelão:
 
 _Um fantasma! Não tem pé nem cabeça, é um fantasma escondido na caixa de papelão!!!!.
 
_Que é isso filha, calma! Disse o pai, Eu vou lá ver o que é...
Ficaram mãe e filha na janela esperando o resultado.
 
 
E para a surpresa do pai, e delas na janela, a caixa começou a andar na frente de todos. O pai correu atrás, levantou a caixa e...
 
Não era que estava embaixo da caixa o cachorrinho sumido?
 Todos caíram na gargalhada, O danadinho decerto escapou da casinha da sua mãe, foi dar umas voltas, enroscou-se numa pilha de caixa que havia no quintal, caindo debaixo, dormiu e quando sentiu fome, resolveu sair com caixa e tudo.
 Não existe outra explicação para este fato curioso...
Logo foram adotados e como havia um de pêlo curto, a família resolveu ficar com ele
Para alegria de Isadora.
 

Dora Duarte
Enviado por Dora Duarte em 04/06/2009
Reeditado em 09/06/2009
Código do texto: T1632341
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