A SURPRESA
Ventos do norte sopravam impiedosamente sobre a floresta deixando todos animais inquietos.
— Ventos nessa época do ano, trás chuva.
Comentavam entre se um pequeno grupo que estava descansando na arvore ate que no fim da tarde um som sacudiu a floresta Tump, tump, tump, tump assustando todo mundo, medidas urgentes precisavam ser tomadas, algo terrível estava por acontecer e para sair ilesos alguém teria que os organizá-los rapidamente, mas quem? Se entreolharam e a onça parda se adianta e...
— Sagüi você fica vigiando a esquerda principalmente a área descampada, qualquer coisa de estranho dê o alerta.
— E comigo mesmo, respondeu o sagüi animado.
— A onça pintada fica com o lado direito.
— Pode deixar comigo por mim nada passa desapercebido, respondeu.
E o som vinha cada vês mais próximo... Tump, tump, tump, tump...
— O macaco bugio fica na retaguarda, eu fico na frente para garantir que todos os lados estão vigiados, disse a onça.
E todos gritaram vitória, vitória, vitória menos o bugio que olhou para um lado e para o outro vagarosamente e perguntou.
— Porque que tenho que ficar na retaguarda? Perguntou para a onça parda.
— Porque Todos os outros lados já estão vigiados.
— E quem disse que você esta no comando?
— É mesmo? Perguntaram todos.
E o barulho aumentava. Tump, tump, tump, tump, cada vez mais próximo.
— Eu sugiro uma votação para sabermos quem e o chefe, falou o bugio.
— Não dá tempo, do jeito que está nós teremos uma chance, falou a onça parda.
E os outros animais convencidos pelo bugio saem de suas posições, para discutir quem era o chefe, e uma chuva torrencial invade a floresta com suas nuvens negras seus raios e trovoes, tornando o dia em noite e na falta de visibilidade o perigo aumentava, reduzindo ainda mais a possibilidade de vitória e mesmo assim se agrupam no centro da arvore em torno dele para resolver o impasse, quem seria o chefe, e o suspense tornava o barulho ensurdecedor dando a entender que estava pertíssimo, e a onça grita para alertá-los:
— Não vai dar tempo.
E bum um barulho estranho misturado aos trovoes fez com que todos fossem parar no chão enlameado, era onça embolada com macaco e lama muita lama, naquela triste derrota, vencidos encharcados e enlameados, mal se distinguia quem era quem, naquela bagunça as onças mal conseguiam levantar os rabos atolados, os macacos ficaram parecendo estatuas de barros com olhos que mexiam, dava até medo ao invés de gritos de raiva se ouviu uma pergunta:
— O que foi que aconteceu? Perguntou o sagüi sacudindo a cabeça para remover a lama da cara.
E um vulto imenso se aproxima.
— A sua resposta esta chegando falou a onça.
É o expresso elefante com o tatu agarrado a sua cabeça gritaram todos e o sagüi...
— O que fazem aqui? Perguntou o sagüi.
— Nós corremos tanto para avisá-los que a chuva estava chegando, mas pelo que se vê foi à toa e começou a se coçar na arvore hum, hum, hum, hum, se eu soubesse que vocês gostavam tanto de lama, como eu gosto de me coçar não me dava tanto trabalho, e continuava a se coçar, hum, hum, hum.
Um olha para o outro sem acreditar no que estavam ouvindo e o elefante.
— E na pressa, ainda dei uma topada nessa arvore e por pouco o tatu não caia nessa lama.
— E se tem uma coisa que eu não ia gostar e de estar ai lambuzado com essa lama fria, falou o tatu.
Agora todos olham para o bugio e lhe perguntam com raiva:
— E agora esta satisfeito com toda essa lama que você nos meteu.
O bugio enlameado olha para o elefante com cara feia e ele lhe diz.
— Gente estressada, vamos embora tatu tem gente que é assim se mete na lama e depois reclama.
Levantou as patas dianteiras e partiu em disparada gritando, nós só queríamos ajudar, e a floresta foi novamente sacudida pelo barulho do galope do expresso elefante com o tatu em disparada, tump, tump, tump...
TiO DiMiTRi 7/12/2005 08:46