O CACHORRO E O GRILO

........Era uma vez um cachorro cujo nome era Snoopy, ele não suportava ouvir os grilos cantando a noite. Assim que escurecia e algum grilo começasse a cantar:

- CRI CRI CRI CRI CRI !!!

O Snoopy já sai correndo e farejando para descobrir onde o grilo se escondia. Cavava buracos enormes, na terra, para achar o grilo e quando achava ficava batendo a pata até que o grilo parasse de cantar. Só que isso acabava machucando o grilo.

Um dia, já de noite, começou a cantarola:

- CRI CRI CRI CRI CRI CRI CRI CRI !!!.

Lá ia o Snoopy atrás de mais um grilo. Porém, esse grilo, cujo nome era “Crico”, era muito esperto. Ele já havia fugido de muitos cães em sua vida, pois o Crico era um grilo muito experiente.

Snoopy começou a cavoucar, cavoucar, cavoucar, até que encostou o focinho no Crico. Então o Crico pensou:

- Vou fazer cócegas no foucinho desse cachorro até ele começar a espirrar!

Foi o que fez, enfiou a pontinha das patinhas traseiras bem no focinho do Snoopy, que começou a sentir uma coceirinha no focinho, e:

- AAAAAAAAA.................. TCHIMMMMMMMMMMMMMMMMMM ! AAAAA AAAAAAA.............. TCHIMMMMMMMMMMMM !

Mas, mesmo espirando ele continuou cavoucando e pensando:

- Poxa, acho que esse grilo é muito esperto.

E o Crico se enfiava mais ainda no meio da terra e novamente o Snoopy chegava perto do Crico, que tornava a fazer a mesma coisa.

O Snoopy já meio cansado tornou a espirrar, ficou com toda a cabeça suja de terra, pois quando espirrava estava com a cabeça quase que todinha num buraco.

Depois de muitas tentativas percebeu que não iria conseguir vencer o grilo. Resolveu então tentar conversar com o grilo para conhecê-lo, pois nunca tinha visto um grilo tão espertinho.

- Ei !!!!!!! Grilooooooooooooo, cadê você? Pode sair, não vou te machucar, reconheço que você é mais esperto que eu.

O Crico respondeu:

-Como posso ter certeza que você não irá me pegar quando eu sair?

O Snoopy pensou: - Poxa, é mesmo, eu sempre pego os grilos, como vou fazê-lo acreditar em mim? Já sei, vou ficar bem longe, assim ele sai.

E foi o que fez, ficou a uns 5 metros de distância e gritou:

- Griloooooooooooooooo, pode sair, estou bem longe, você verá que seria impossível eu correr até ai e te pegar. Sei que você está com medo, mas só quero te conhecer, não vou mais fazer isso!

O Crico ficou meio desconfiado, mas mesmo assim foi saindo do buraco bem devagarzinho, até que viu o Snoopy e percebeu que a distancia era segura. Olhou para o Snoopy e disse:

-Olá, meu nome é Crico, sou o grilo mais velho daqui do pedaço, qual o seu nome?

-Meu nome é Snoopy!

E assim começaram a conversar, mas sempre um bem longe do outro.

-Diga-me Snoopy: Porque você vive perseguindo a gente se nós nunca lhe fizemos mal algum?

O Snoopy já meio arrependido do que fazia com os grilos respondeu:

-É que esse barulhinho que vocês fazem me incomoda, pois tenho as orelhas muito grandes e por isso ouço bem.

Crico pensou: - Preciso encontrar um jeito de convencer o Snoopy a não perseguir mais a gente! Já sei, vou contar a verdade, afinal nada é melhor que a verdade.

- Sabe Snoopy, fazemos esse barulhinho para chamar outros grilos para namorar, pois na verdade sou uma grila. Assim como a Dona Vaga-lume acende a luzinha para chamar o Vaga-lume, nós grilos, ou melhor, grilas, cantamos para arrumar um namorado.

E continuou explicando: - Vocês cachorros também não fazem isso?

O Snoopy estava achando muito interessante a conversa, por isso continuou:

-Nós cachorros encontramos nossa namorada de outro jeito, achamos pelo perfume.

O Crico meio confuso perguntou: Como assim, pelo perfume?

-Vou explicar melhor: Quando um cachorro mulher, ou seja, uma Cadela quer arrumar um namorado cachorro, ela solta um perfume que nós cachorros sentimos de longe e ai corremos atrás da namorada.

O Crico já satisfeito com a resposta, conclui:

-Que interessante que é a natureza, né Snoopy? Cada bicho, inseto ou planta sempre acha um jeito de arrumar um namorado ou namorada para casar.

Snoopy tinha uma curiosidade, pois durante toda a sua vida sempre ouviu os grilos cantarem, então perguntou?

-Crico, diga-me uma coisa, sua família é muito grande?

- Sim Snoopy minha família é enorme, tenho 34 irmãos, 82 primos e 92 filhos. Moramos todos aqui por perto. E você?

-Eu??????? Minha família é pequena, tenho 5 irmãos, mas não sei onde eles estão, pois cada um foi para um lado. Sabe Crico, gostaria de te falar uma coisa!

-Diga Snoopy, o que quer saber?

-Depois de conversar com você, vejo que não deveria ter perseguido vocês, não sabia que vocês grilos eram tão legais assim. Pensei que vocês eram chatos, sujos e que faziam aquele barulho só para me irritar. Sei que estava errado e para você me perdoar gostaria de levar você para dar uma volta sentado nas minhas costas. Quer?

E Crico meio sem graça respondeu:

-Sabe Snoopy, sempre que julgamos os outros sem conhecer direito, acabamos errando, pois quando Deus fez o mundo criou todos os animais, insetos, plantas e até humanos para viverem em harmonia. Só que os humanos, esses bichos grandes que andam com duas pernas são os que mais fazem mal uns para os outros. Criaram até um lugar enorme que chamam de prisão para colocar os piores.

O Snoopy, com um sorriso meio triste, completou:

-É verdade Crico, já levei tanto pontapé que já perdi a conta. Mas, diga-me vai ou não vai dar uma volta nas minhas costas e me perdoar?

E Crico, com um sorriso enorme na boca, respondeu:

-Claro que vou, e você já esta perdoado, afinal agora você sabe que nós grilos não somos maus. Vem aqui mais perto.

E la foi o Snoopy, pertinho do Crico para que ele pudesse subir em suas costas. Toimmmmm ! Crico deu um pulo que foi parar bem em cima da cabeça do Snoopy.

-Nossa !!!!!!! Como é legal aqui em cima, se você quiser pode sair andando, disse Crico.

-Está bem, segure-se firme, que lá vou eu!

E saiu correndo com o Crico bem em cima da cabeça. Só se via o vento batendo e mexendo as asinhas do Crico.

Depois de um grande passeio eles se despediram e combinaram de ensinar todos os outros bichos a se respeitarem.

Claudio Cortez Francisco
Enviado por Claudio Cortez Francisco em 13/05/2009
Código do texto: T1591824
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